O relógio histórico fabricado por Balthazar Martinot e André Boulle no século XVII voltou ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (8/01). O objeto foi vandalizado quando a sede do Executivo foi invadida em 8 de janeiro de 2023.
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O embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, destacou o simbolismo do relógio e disse que o processo de restauração durou mais de mil horas de trabalho. O representante diplomático também frisou que a Suíça está orgulhosa de ter contribuído com o esforço do Brasil de restaurar o patrimônio histórico e artístico.
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"São tempos desafiadores e complexos. É fundamental valorizar e cuidar das nossas relações, da nossa amizade, dos direitos humanos e das democracias, que são delicadas e ao mesmo tempo resilientes como esse relógio que volta hoje ao coração do Brasil", disse Pietro, em cerimônia no Palácio do Planalto nesta quarta.
O relógio é uma das obras mais antigas que compõem o acervo da Presidência da República e foi restaurado por meio de um Acordo de Cooperação Técnica com a Embaixada da Suíça. A tradicional empresa familiar suíça de relojoaria Audemars Piguet, criada em 1.875, ofereceu-se para o restauro, arcou com custos técnicos (mão de obra e materiais), assim como transporte e seguro. Portanto, não houve gastos públicos.
O relógio foi trazido ao Brasil em 1808 por Dom João VI. Das várias peças produzidas, apenas dois exemplares resistiram ao tempo. O outro está guardado no Palácio de Versalhes, em Paris. A peça é feita de casco de tartaruga e com um bronze que não é fabricado há dezenas de anos.
A destruição da peça foi flagrada em vídeo, no interior do Palácio do Planalto, durante as manifestações golpistas. O responsável pelo ato de vandalismo foi identificado: trata-se de Antônio Cláudio Alves Ferreira, que posteriormente foi preso em Minas Gerais.