O publicitário Sidônio Palmeira tomou posse nesta terça-feira (14/1) como ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), em solenidade no Palácio do Planalto. Ao discursar, o ministro defendeu que é preciso comunicar melhor os feitos do governo à população e combater a desinformação.
Sidônio citou as mudanças recentes nas políticas de conteúdo da Meta, empresa dona das plataformas Instagram e WhatsApp, e garantiu que o governo defende a liberdade de expressão, mas não a “liberdade de manipulação”.
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“Esse trabalho (do governo) não está sendo percebido por parte da população do Brasil. A informação dos serviços não chega na ponta. A população não consegue ver o governo nas suas virtudes. A mentira nos ambientes digitais, fomentada pela extrema-direita, cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes, e ameaça a humanidade”, discursou Sidônio.
A cerimônia de posse ocorreu no segundo andar do Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT), da primeira-dama Janja da Silva, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do antecessor de Sidônio, Paulo Pimenta, que também discursou e deixou o cargo hoje.
“Não basta apenas chamar um ‘marqueteiro’, como vocês dizem. Precisamos ampliar nossa concepção do papel da comunicação nesse novo mundo. Nosso trabalho é compreendê-lo em sua complexidade e convocar a todos para esse desafio”, acrescentou o ministro.
Crítica à Meta
Sidônio voltou também a criticar a decisão da Meta, que anunciou o fim do serviço de checagem de informações em suas plataformas, bem como de regras que haviam sido adotará para conter o discurso de ódio, protegendo, por exemplo, a comunidade LGBTQIA +.
“Medidas anunciadas recentemente pela Meta são ruins, porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, e criam um faroeste digital. Buscaremos incentivar os processos regulatórios”, enfatizou o ministro. “Defendemos a liberdade de expressão. Lamentamos que o extremismo esteja distorcendo esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação”, disse ainda.
Origem no setor privado
O novo ministro também destacou em sua fala a origem no setor privado. Ele nunca ocupou cargo público, apesar de ter atuado em diversas campanhas eleitorais. Brincou ainda com seu estado de origem, a Bahia.
“Queria também colocar para o presidente e a vocês que o baiano, quando bota um paletó e gravata, ou se arruma, como antigamente, é para ir até o orelhão e ligar para São Paulo”, afirmou, logo no início de sua fala.
“Nunca esteve nos meus planos estar aqui, embora eu considere a política e a gestão pública as únicas vias de construção de uma sociedade mais justa. Não sou da política partidária. Não tenho, nunca tive e não pretendo ter cargo público com mandato”, destacou Sidônio.
A posse do ministro será publicada ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), segundo fontes no Palácio do Planalto.
Quem é?
Sidônio Palmeira é formado em engenharia, e começou a atuar como publicitário em 1992, em campanhas eleitorais. Em 2006, comandou a campanha que elegeu o atual senador Jaques Wagner (PT-BA) como governador da Bahia. Em 2010, chefiou a campanha que levou o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao mesmo cargo.
Em 2018, Sidônio também foi chamado para a campanha presidencial de Fernando Haddad, após o primeiro turno. Já em 2022, comandou a campanha que elegeu Lula para o seu terceiro mandato, e se aproximou do petista.
Desde o início do governo, ele atua como uma espécie de consultor de Lula, chegando a despachar de Brasília em algumas ocasiões. Ele foi escolhido para substituir Paulo Pimenta como ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), e foi confirmado na semana passada.