REDES SOCIAIS

Meta tem até hoje para explicar à AGU sobre nova política de checagem

Grupo anunciou o encerramento de serviço de checagem de informações falsas. Governo cobrou explicações sobre como a empresa garantirá o cumprimento legal da obrigação de combater crimes nas plataformas 

AGU dá prazo de 72 horas para Meta explicar mudanças nas políticas das redes sociais -  (crédito: Platobr)
AGU dá prazo de 72 horas para Meta explicar mudanças nas políticas das redes sociais - (crédito: Platobr)

O grupo Meta (que abriga o Facebook, o Instagram e o WhatsApp) tem até esta segunda-feira (13/1) para responder a notificação extrajudicial da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o impacto do fim do programa de checagem de fatos nas redes sociais. O documento do governo destaca que a decisão da empresa pode “trazer consequências nefastas” e cobra responsabilidade no combate a crimes como racismo e homofobia em suas plataformas.

Na notificação extrajudicial, a AGU aponta que a decisão da Meta pode “trazer consequências nefastas” e que empresas de tecnologia devem “assumir suas responsabilidades com o ambiente informacional íntegro”, além de adotar as medidas para “extirpar ou, pelo menos, mitigar, os danos que seus produtos e serviços causam às pessoas”.

"Manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas nem minar a legitimidade das instituições democráticas, nem causar pânico na população, porquanto tal atuar causa prejuízos concretos ao funcionamento eficiente do Estado Democrático de Direito", diz a peça.

Na semana passada, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, afirmou que a ferramenta de checagens será substituída por “notas da comunidade”, livre a todos os usuários. A empresa prometeu adotar regras mais brandas sobre disseminação de informações falsas e alegou que as novas normas vão evitar o que ele classificou como “censura”.  

No anúncio, Zuckerberg também disse que existem tribunais secretos em países latino-americanos para censurar conteúdos. Esse último trecho que causou uma repercussão negativa no Planalto e no Judiciário. O secretário de Políticas Digitais do governo federal, João Branche, classificou o anúncio como uma aliança entre a Meta e o governo Trump para enfrentar países como o Brasil que, segundo ele, procuram garantir direitos no ambiente digital.

O Correio entrou em contato com o grupo Meta sobre o prazo da AGU e as alterações da plataforma, mas a empresa disse que não irá comentar o tema. 



Luana Patriolino
postado em 13/01/2025 15:27
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