PLANALTO

Lula: maridos são "mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres"

Em discurso durante o evento que relembrou os dois anos de atos golpistas do 8 de janeiro, o presidente da República se declarou "amante da democracia" 

Lula diz que é
Lula diz que é "amante da democracia, porque (na) maioria das vezes os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres" - (crédito: Reprodução/YouTube/Canal Gov)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (8/1), em mensagem transmitida antes de ler discurso feito em ato que relembra o 8 de janeiro, que se considera não marido, mas "amante da democracia". Segundo Lula, na “maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”.

 

Durante a fala, Lula afirmou que é "amante da democracia" porque conhece "o valor dela". Ele relembrou o passado sindicalista a partir de quando, em 1968, fez, junto a operários de São Bernardo do Campo, a primeira greve. "Então falar de democracia para mim é uma paixão, não é uma coisa pequena", declarou.  

"Eu não sou aqueles democratas que acham que 'se eu tiver as coisas tudo bem; se os outros não tiverem, perfeito'. A democracia não é isso. A democracia é aquela que garante (a) todo mundo ter oportunidade para vencer na vida." 

É por isso, ele afirma, que se declara "amante da democracia". “Eu não sou nem marido, eu sou um amante da democracia, porque (na) maioria das vezes os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres.”  

UOL noticiou que a primeira-dama, Janja da Silva, não gostou do tom machista da fala de Lula. Segundo o portal, ela teria lançado “olhar de indignação” em direção ao presidente e balançado a cabeça em gesto negativo, a fim de demonstrar reprovação. 

O trecho polêmico foi pronunciado antes que Lula começasse a, de fato, ler o discurso que havia preparado para o evento — em que inicia afirmando “que hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ‘ainda estamos aqui’, fazendo referência a filme premiado de Walter Salles com Fernanda Torres sobre a ditadura militar. 

O 8 de janeiro é marcado, este ano, não pela violência e por ataques contra a democracia, como em 2023, mas por eventos públicos no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF). Obras de arte e outras peças, como o emblemático relógio do século 18, depredadas durante os atos golpistas foram restauradas e relançadas nesta quarta. 

Lara Perpétuo
LP
postado em 08/01/2025 16:21 / atualizado em 08/01/2025 16:46
x