O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relembrou o episódio que o deixou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, em dezembro, durante discurso nesta quarta-feira (8/1). De acordo com ele, os médicos temiam a sua morte durante viagem de Brasília para a capital paulista.
Pela primeira vez, Lula contou que o líquido acumulado na cabeça chegou a 21% no dia em que ele precisou passar por uma cirurgia, em 10 de dezembro. Ainda de acordo com ele, quando ele caiu e bateu a cabeça, em 20 de outubro, no banheiro do Palácio da Alvorada, o hematoma estava com 0,6% de líquido.
"Fiz cinco ressonâncias magnéticas, estava tão otimista no dia que fui fazer a sexta, estava pensando até em tomar um gole. Fui fazer meu exame, e, quando fui fazer, eu descobri que estava pior do que no começo. O líquido tinha saltado de 0,6% para 21% na cabeça e era muito perigoso", relembrou o presidente.
"Cheguei em São Paulo e os médicos estavam horrorizados porque achavam que eu poderia morrer na viagem ou ter entrado em coma", acrescentou Lula. O médico pessoal do presidente, Roberto Kalil Filho, admitiu, em entrevista ao Fantástico, em dezembro, que o presidente correu risco de morte. Ele foi o responsável por recomendar que o presidente fosse realizar a drenagem na cabeça em São Paulo, em vez de Brasília.
"O meu avião, democraticamente, brigadeiro, demorou quatro horas para chegar e eu esperando o avião aqui em Brasília", recordou Lula sobre demora da aeronave da Força Aérea Brasileira, que estava no Rio de Janeiro e precisou retornar à capital federal.
Lula ainda falou com humor sobre procedimento que sofreu, de trepanação. "Abriram a minha cabeça, lavaram, significa que eu estou com a cabeça limpa e purificada porque foi o dia inteiro lavando minha cabeça. Se tem um brasileiro hoje que não tem sujeira na cabeça sou eu. Espero que tenham jogado um monte de coisa boa na mina cabeça que eu possa utilizar para terminar a governança do nosso país", brincou.
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O presidente voltou a despachar do Palácio do Planalto nesta semana, após levar uma rotina mais leve, para ficar em repouso, no Palácio da Alvorada. Em todas aparições públicas desde que recebeu alta hospitalar, em 15 de dezembro, Lula utiliza um chapéu para esconder as cicatrizes dos procedimentos que passou. O mesmo ocorreu hoje, durante cerimônia pela democracia, na data que marca dois anos da tentativa de golpe de Estado.