Dois anos do 8/1

"Arte e liberdade são inseparáveis", diz Janja em entrega de obras restauradas

A primeira-dama foi a primeira a discursar durante a solenidade de entrega de 21 obras restauradas após os ataques de 8 de janeiro, no Palácio do Planalto

Janja:
Janja: "O país não aceita mais o autoritarismo. O que aconteceu nessa praça dos Três Poderes precisa estar na nossa memória" - (crédito: Ed Alves / CB/DaPress)

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, declarou nesta quarta-feira (8/1) que “arte e liberdade são inseparáveis”, ao discursar durante a entrega de obras de arte danificadas durante os ataques de 8 de janeiro, no Palácio do Planalto.

Primeira a falar, Janja destacou o papel dos artistas na defesa da liberdade e da democracia, e citou a premiação com o Globo de Ouro conquistada pela atriz Fernanda Torres, pelo filme Ainda estou aqui, que retrata a ditadura militar no Brasil. Ela defendeu ainda que o Planalto e as obras de arte danificadas são patrimônio de todos os brasileiros.

“Estamos aqui para celebrar e reforçar a democracia, e entregar ao povo brasileiro o seu patrimônio inteiramente restaurado”, declarou a primeira-dama.

“O país não aceita mais o autoritarismo. O que aconteceu nessa praça dos Três Poderes precisa estar na nossa memória, na memória do nosso país de que a democracia precisa ser defendida diariamente, não importa o esforço”, acrescentou Janja.

Dois anos dos ataques

A entrega de 21 obras de arte restauradas ao Palácio do Planalto faz parte de uma série de eventos realizada hoje pelo governo federal em memória dos dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

As peças incluem o quadro As Mulatas, do pintor Emiliano di Cavalcanti, e um relógio que foi de Dom João VI, e trazido para o Brasil em 1808, com a vinda da corte portuguesa. Os itens foram restaurados, em sua maioria, em um laboratório montado no Palácio da Alvorada.

“O Palácio do Planalto, onde estamos hoje, foi vítima do ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos, falas fascistas e autoritárias. Para isso, nossa resposta é união, solidariedade e amor”, disse ainda Janja.

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A primeira-dama também destacou o trabalho dos servidores do Planalto, e lembrou o papel dos artistas na defesa da democracia. Ela voltou a celebrar a vitória de Fernanda Torres como melhor atriz no Globo de Ouro, em um filme que retrata “uma parte triste, mas que não podemos esquecer” da história brasileira, que foi a ditadura militar.

“Não houve momento da História em que as ações autoritárias aconteceram sem que nossos artistas levantassem a voz em defesa da nossa democracia", frisou Janja. “O Palácio do Planalto e suas obras são bens que nos unem e nos orgulham, independente das nossas diferenças. Somos brasileiros e brasileiras, e devemos exaltar o que construímos juntos’, emendou.

Também participam da entrega o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, bem como a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Victor Correia
postado em 08/01/2025 10:31 / atualizado em 08/01/2025 11:29
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