Nomeação

Ex-diretor da PRF preso por interferir nas eleições de 2022 vira secretário em SC

Chefe da PRF durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques foi solto em agosto de 2024, sob medida cautelar de uso de tornozeleira eletrônica

Preso por acusação de uso da máquina pública, Silvinei Vasques é reprovado em exame da OAB -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Preso por acusação de uso da máquina pública, Silvinei Vasques é reprovado em exame da OAB - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por Danandra Rocha — Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi nomeado secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, região metropolitana de Florianópolis, Santa Catarina, na segunda-feira (6/1). O salário previsto para o cargo de titular da pasta é de R$ 10.143,03 e a nomeação já foi publicada no Diário Oficial da cidade.

No comando da PRF durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Vasques foi preso suspeito de interferir no segundo turno das eleições de 2022. O ex-diretor foi solto em agosto de 2024, sob medida cautelar de uso de tornozeleira eletrônica. Nas eleições municipais, meses depois, Silvinei anunciou apoio ao prefeito reeleito Orvino Coelho de Ávila (PSD), que prometeu então que nomearia o bolsonarista como secretário no possível novo governo.
Vasques nasceu em Ivaiporã, Paraná, e iniciou sua carreira na PRF em 1995. No ano passado, ele chegou a ser cotado como possível candidato pelo Partido Liberal (PL) à Prefeitura de São José, entretanto o partido optou pela escolha de outro nome para seguir na disputa.

Apoio a Bolsonaro e suposta interferência

Em agosto de 2023, Silvinei foi preso em Florianópolis, no bojo da Operação Constituição Cidadã, da PF, após ordem de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). de acordo com a PF, Silvinei e outros agentes da PRF supostamente utilizaram a máquina pública para interferir no segundo turno das eleições de 2022. Uma das provas coletadas pelos investigadores foi o indício de direcionamento de recursos por parte de membros da corporação para dificultar o trânsito de eleitores nordestinos no dia do pleito.

Meses antes de ser preso, ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro e negou ter usado o seu cargo para beneficiar Jair Bolsonaro. Tentando blindar o ex-chefe do Executivo, Silvinei disse que a ação da corporação foi mais intensa no Nordeste porque a estrutura da PRF é maior na região. Em outubro, o colegiado, em relatório final, pediu o indiciamento dele.

 

Correio Braziliense
postado em 07/01/2025 18:23 / atualizado em 07/01/2025 18:24
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