O secretário de políticas digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, João Brant, criticou, nesta terça-feira (7/01), as declarações de Mark Zuckerberg, CEO da Meta. O dono da gigante da tecnologia apontou a existência de "censura" e afirmou que "países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas silenciosamente".
O secretário afirmou que a declaração de Zuckerberg se refere ao Supremo Tribunal Federal (STF) como ‘corte secreta’ e ataca os checadores de fatos, dizendo que eles "mais destruíram do que construíram confiança".
O anúncio feito hoje por Mark Zuckerberg antecipa o início do governo Trump e explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online (na visão dele, os que ‘promovem censura’). (1/8)
— João Brant (@joaobrant) January 7, 2025
"Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos. A repriorização do ‘discurso cívico’ significa um convite para o ativismo da extrema-direita", destacou João Brant.
Ainda segundo João, o fim da checagem de fatos no Instagram, Facebook e Threads nos Estados Unidos antecipa o início do governo de Donald Trump e explicita a "aliança da Meta com o governo norte-americano para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online".
Zuckerberg anunciou que a Meta vai encerrar os fact-checkers (verificadores de conteúdo) para substituí-los por notas da comunidade semelhantes às do X (antigo Twitter).
Além disso, o executivo bilionário anunciou que os sites da Meta, incluindo o Facebook e o Instagram, vão simplificar as políticas de conteúdo para se livrar de “muitas restrições sobre tópicos como imigração e gênero que simplesmente não se conectam com o discurso dominante”.
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"A declaração é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump", critica Zuckerberg.