QUEDA

Lula esclarece de uma vez por todas: 'Eu não estava cortando a unha do pé'

Durante declaração após a alta hospitalar, presidente explicou toda a dinâmica do acidente doméstico que culminou na hemorragia na cabeça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esclareceu, neste domingo (15/12), a dinâmica do acidente doméstico que culminou na hemorragia na cabeça, levando o chefe do Executivo a fazer uma cirurgia às pressas no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na última semana. 

“Faço questão de explicar: eu não estava cortando a unha do pé, estava cortando a unha da mão. Eu já tinha terminado, lixado a unha, e estava sentado, não em pé", disse Lula, durante declaração na coletiva de imprensa da equipe médica que o acompanhou no tratamento.

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"Quando fui guardar o estojo, em vez de levantar e abrir a gaveta, tentei afastar o meu bumbum do banco. O banco era redondo, acabou ‘levitando’, e eu caí, batendo com a cabeça na hidromassagem, o que fez um estrago razoável”, relatou o presidente.

À época, Lula fez exames e precisou de vários pontos na cabeça. Dado o impacto da batida, o presidente foi orientado a acionar os médicos se sentisse qualquer dor de cabeça, mas admitiu, hoje, que não seguiu à risca a orientação. Na segunda-feira passada, sentiu o que descreveu como uma leve dor de cabeça no fim do dia, mas relacionou o mal-estar ao excesso de exposição ao sol. "Eu achei que não estava com dor de cabeça, porque tomei sol. Achei que o problema fosse o sol", relatou.

No dia seguinte, acordou com sintomas estranhos, como olhos vermelhos e muito sono. "Toda hora eu abria a boca", disse. No fim do dia, então, indicou a Janja que queria ir ao hospital. "Quando eu fui para o médico seis horas da tarde, viram a tomografia em São Paulo e ficaram assustados e pediram para eu vir urgente", explicou.

Lula contou que ficou assustado com a situação, pois pensou que estava curado da queda. "Confesso a vocês que fiquei um pouco assustado pelo volume de líquido que estava na minha cabeça", afirmou. Emocionado, agradeceu a Deus, a Janja, aos enfermeiros, médicos e outros profissionais que o acompanharam nos últimos dias.

"Estou voltando para casa agora tranquilo, certo de que estou curado e de que preciso me cuidar", disse o presidente, que ficará em São Paulo até quinta-feira. "Não posso fazer esteira na velodicdade de atleta, porque eu não sou atleta. Mas eu posso voltar a trabalhar normal", ponderou.

Agradecimentos

Durante a declaraçaõ, Lula também agradeceu a todos os que cuidaram de sua saúde nos últimos dias, de médicos, passando por Janja e pelo staff da presidência. "Isso aqui não é uma entrevista, é apenas uma sessão de agradecimento", disse Lula ao chegar à sala onde era concedida a entrevista aos jornalistas. O presidente usava um chapéu para, segundo explicou, esconder o curativo que o cirurgião havia acaba de colocar na região onde foi operado, na cabeça. O presidente está de alta hospitalar e ficará em São Paulo até quinta-feira.

Lula começou sua fala agardecendo a Deus pela vida, e relembrou, além do problema do saúde, do dia em que, por uma pane, o avião em que viajava precisou sobrevoar o México em círculos por horas antes de pousar em segurança.

Assista à declaração completa:

 

O presidente também confirmou que passará Natal e ano-novo em casa. "Eu sou muito disciplinado, sei me cuidar muito bem. Nunca penso que vou morrer, mas tenho medo", garantiu, e emendou: "Vocês sabem que eu reivindico o direito de viver 120 anos".

Lula ainda aproveitou o momento para falar de seu mandato e comentou brevemente a prisão de Braga Netto, reforçando que todos têm direito à ampla defesa. "Quando voltei a ser presidente eu disse a vocês que a minha vontade era fazer o Brasil voltar a ser o que era, voltar à normalidade democrática. Que cada um que cumpra seu papel, cada macaco no seu galho", resumiu, sem poupar críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL). "O Brasil não teve um governo de 2019 a 2022. O Brasil teve uma praga de gafanhotos."

 

 

editoria de arte - lula cirurgia

 

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