O general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, teria entregado dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, para financiar um plano golpista no final daquele ano. A informação foi prestada à Polícia Federal pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em depoimento realizado na última quinta-feira (5/12).
Segundo Cid, o dinheiro foi entregue em embalagens de vinho e teria como finalidade custear despesas logísticas, como hospedagem e alimentação, para militares que seriam deslocados do Rio de Janeiro para Brasília entre novembro e dezembro de 2022. Mensagens apreendidas pela PF indicam que o custo estimado do plano, batizado de “Copa 2022”, seria de R$ 100 mil.
O relatório da PF aponta que o plano incluía ações operacionais e monitoramento de figuras-chave, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação também revelou que, em sua versão mais extrema, o esquema contemplava até mesmo a possibilidade de assassinar Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu vice, Geraldo Alckmin.
Além de financiar o suposto plano, Braga Netto estaria listado como o comandante de um eventual “gabinete de gestão da crise” em um governo provisório, caso o golpe fosse bem-sucedido. O documento que detalha essa estrutura foi apreendido pela Polícia Federal com o general da reserva Mario Fernandes. Segundo as investigações da PF, o gabinete seria liderado por Braga Netto e pelo general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O Correio entrou em contato com a defesa de Braga Netto, mas não obteve sucesso.
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