Investigação

PGR inicia análise de relatório que indiciou Bolsonaro por tentativa de golpe

Ex-presidente e outras 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal por suposto plano de golpe de Estado. Conclusão deve ser apresentada em fevereiro 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) começou a analisar, nesta segunda-feira (2/12), o inquérito da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por um suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado no país. A força-tarefa conta com nove procuradores do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos. 

A expectativa é de que em fevereiro seja apresentada uma conclusão sobre o caso no âmbito dos atos que cabem ao Ministério Público Federal (MPF). São 884 páginas do relatório final da PF. Com o caso nas mãos, a Procuradoria pode enviar uma denúncia ao STF, pedir por mais investigações ou arquivá-lo. 

A investigação revelou que o grupo articulou e avançou em um plano com o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Segundo o relatório, Bolsonaro "tinha plena consciência e participação ativa" nas ações criminosas. Os investigadores apontaram, inclusive, que o ex-presidente tinha "domínio dos atos" que estavam sendo executados.

De acordo com a PF, Bolsonaro realizou lives e reuniões para sustentar a narrativa de fraude nas eleições e descredibilizar as urnas eletrônicas. Os desdobramentos do inquérito também colocam o ex-chefe do Executivo como uma figura central no esquema, como a elaboração de uma minuta golpista que previa a detenção de autoridades como os ministros do Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Os envolvidos podem responder por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direitos, golpe de Estado e associação criminosa. Somadas, as penas podem superar os 20 anos de cadeia. 



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