A atriz Regina Duarte, ex-secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro (PL), fez elogios ao filme “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, durante participação no podcast Se Lig. A opinião viralizou nas redes sociais, já que o filme conta a história da família do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, morto sob tortura durante a ditadura, que Regina já defendeu, durante entrevista à CNN, em 2020.
“Ainda Estou Aqui. A Fernandinha Torres, meu Deus. Me deu vontade de fazer cinema. Que coisa maravilhosa. Que direção. Que texto”, declarou. A ex-global, que é assumidamente bolsonarista, vai na contramão dos seguidores do ex-presidente, que chegaram a anunciar um boicote ao filme.
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O elogio à obra estrelada por Selton Mello e Fernanda Torres ocorreu enquanto Regina falava sobre o remake de “Vale tudo”, que será lançado em 2025. Na versão original, de 1988, ela viveu a protagonista Raquel Accioli.
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A atriz sugeriu que, em vez de uma nova versão da novela, fosse feito um filme inspirado na história. “Aí é uma outra linguagem”, disse, antes de mencionar “Ainda estou aqui”.
Em maio de 2020, quando ainda ocupava um cargo no governo, Regina Duarte concedeu uma entrevista à CNN e declarou que se opunha à cobrança sobre o que ocorreu nos anos de chumbo da ditadura. Em um momento, ela entoou a marchinha ‘Pra Frente Brasil’, música que marcou o regime ditatorial. “Não era gostoso cantar isso?”, perguntou a atriz.
Ela também deu risada quando questionada sobre as mortes do regime. “Foi um período muito difícil, né? Tem muita história, muita gente morreu na ditadura, essa é a questão. Na humanidade, não para de morrer. Se você fala 'vida', do lado tem morte. Sempre houve tortura. Stalin, Hitler, quantas mortes... não quero arrastar um cemitério de mortes nas minhas costas”, disse na época.