O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou nesta terça-feira (10/12) mais uma fase da Operação Trem da Alegria que, em fevereiro deste ano, prendeu e afastou o então prefeito de Guapé, no Sul de Minas, Nelson Lara, na época filiado ao PCdoB. Lara exercia seu quarto mandato à frente da prefeitura.
Ele foi novamente denunciado pelo MPMG, juntamente com um empresário, cujo nome não foi revelado, sob acusação de corrupção ativa e passiva e organização criminosa.
De acordo com a denúncia, Lara recebeu dez terrenos localizados em um loteamento de Guapé, para facilitar a aprovação e instalação do empreendimento imobiliário. Os lotes estão avaliados em cerca de R$ 500 mil. O empresário também foi denunciado.
O MPMG também cumpriu 11 mandados de busca e apreensão para o aprofundamento das apurações em relação ao núcleo empresarial do esquema.
Início das investigações
Em fevereiro, foi deflagrada a primeira fase da Operação “Trem da Alegria”, destinada a desmantelar organização criminosa atuante na cidade de Guapé, dedicada à prática de crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, fraude em licitação,
Na ocasião, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e afastamento dos cargos públicos contra Lara, e também contra o contra o procurador-geral do município, o diretor-geral do SAAE, o responsável pela gestão das obras na cidade e ainda dois empresários. O nome dos envolvidos não foi divulgado à época.
Além do prefeito afastado, todos outros denunciados permanecem presos. Desde então, já foram deflagradas seis outras fases da operação.
Lara foi expulso do PCdoB logo após a divulgação de sua prisão.
Antes dessa operação, Lara já tinha sido denunciado pelo MPMG por contratar servidores para trabalhar na prefeitura sem concurso público.
Outras denúncias
Em setembro deste ano, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) recebeu duas denúncias oferecidas pelo MPMG contra o prefeito afastado e os denunciados presos.
Na primeira denúncia, eles foram acusados promoverem a expansão urbana desordenada no município mediante o pagamento sistemático de propinas. Na segunda denúncia, Lara é acusado de ter simulado a compra de um terreno, usando documento falso e de ter usado caminhões pipa da prefeitura para a realização de obras nesta área.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados. O espaço segue aberto para a manifestação dos envolvidos na denúncia.
Quando foi preso em fevereiro deste ano, Lara negou, em suas redes sociais, as denúncias feitas pelo MPMG, se colocou à disposição para esclarecimentos e condenou o que ele chamou à época de "espetacularização da justiça".
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