O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi submetido a uma craniotomia na noite de segunda-feira (9/12), em São Paulo, após apresentar dores de cabeça. Segundo o primeiro boletim médico, divulgado às 3h20 desta terça-feira (10), procedimento ocorreu sem complicações e o presidente Lula segue internado na Unidade de Terapia Intensiva do hospital.
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Médicos que acompanham o presidente realizaram, na manhã desta terça-feira (10/12), uma coletiva de imprensa para atualizar o estado de saúde de Lula e dar detalhes do procedimento. O médico pessoal do petista, Roberto Kalil Filho, afirmou que o chefe do Executivo deve retornar a Brasília no começo da semana que vem, desde que "tudo corra bem" no processo de recuperação. Kalil também afirmou que "Lula está estável e conversando normalmente".
O trauma na cabeça de Lula foi causado por uma queda ocorrida em outubro, no banheiro do Palácio da Alvorada. Ele sofreu um ferimento leve na nuca e teve que cancelar viagens de longa distância, mas manteve as demais atividades, despachando por um período no Palácio da Alvorada. Quando voltou às atividades no Palácio do Planalto, fotógrafos flagraram a cicatriz de Lula na nunca.
Depois do acidente, Lula passou por acompanhamento médico e realizou exames periodicamente para verificar o progresso do estado de saúde. Um mês depois do acidente o presidente detalhou como ocorreu a queda e chegou a dizer que achou que tinha 'rachado' o cérebro. "A batida mexeu com o cérebro, estou fazendo ressonância magnética a cada três dias, agora, vou fazer uma no domingo para ver se estou 100% curado”, afirmou o presidente.
Outras cirurgias
Essa não é a primeira que Lula é submetido a cirurgia devido problemas de saúde. Em setembro do ano passado, Lula corrigiu uma artrose por meio da colocação de uma prótese no quadril para resolver um desgaste que vinha ocasionando dores crônicas. Passado mais de um mês da operação no quadril, Lula compartilhou, nas redes sociais, momento em que praticava atividades de reabilitação. Na publicação, ele apareceu chutando bola, fazendo esteira e musculação.
Na mesma ocasião, o presidente passou por uma operação na pálpebra, denominada blefaroplastia. O procedimento consiste na retirada do excesso de pele, inchaço e bolsas de gordura nas pálpebras superiores e inferiores, trazendo uma melhora significativa na aparência, suavizando a expressão e trazendo rejuvenescimento para a área periocular e a área facial. Além do aspecto estético, a intervenção pode ter caráter funcional, quando o excesso de pele compromete a visão.
Câncer
O petista foi diagnosticado em 2011 com um tumor de três centímetros na laringe e foi submetido a mais de 30 sessões de quimioterapia, além de radioterapia. Um ano depois, os médicos anunciaram "uma remissão total" do quadro.
Dez anos após a cura, em 2022, Lula teve que passar por uma cirurgia para remover uma leucoplasia da garganta, em local próximo ao que o câncer se desenvolveu. As doenças, porém, não estão relacionadas, e o exame não encontrou sinais de tumores.
Em agosto deste ano, durante inauguração do Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, Lula contou sobre experiência com doença e tratamento. "Doía, e eu quero dizer para vocês: eu tinha dificuldade de tomar água. Ao mesmo tempo, eu estou feliz que estou aqui. Vivo", afirmou o chefe do Executivo.
Covid e pneumonia
Lula foi diagnosticado com covid-19 pelo menos duas vezes. Em dezembro de 2020, ele contraiu o vírus durante uma viagem a Cuba, onde foi participar das gravações de um documentário. Na ocasião, ele cumpriu quarentena ao lado de sua então namorada, Janja Lula da Silva, ainda enquanto permanecia no país.
Sua segunda infecção pelo vírus ocorreu em junho de 2022. Naquele momento, ele não apresentou sintomas da doença, enquanto Janja teve apenas sintomas leves.
Embora não tenha precisado de internação nas duas ocasiões de covid, Lula tem um histórico de infecções pulmonares. No ano passado, ele chegou a adiar uma viagem para a China devido a um quadro de pneumonia leve.
Lula parou de fumar após sofrer uma crise hipertensiva em 2010. À época, durante uma entrevista no programa de rádio "Café com o presidente", ele admitiu que sua rotina estava sobrecarregada de trabalho, mas afirmou que não tinha a intenção de reduzir seu ritmo.