Justiça Eleitoral

Eleições 2024: relatório do TSE apresenta perfil do eleitorado

Relatório de avaliação do pleito municipal traz informações sobre o eleitorado brasileiro com base em números e análises qualitativas dos TREs, exceto o DF

Apresentação do Relatório de Avaliação das Eleições 2024, realizada em 9 de dezembro, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. A divulgação pública, para autoridades e jornalistas, foi conduzida pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia -  (crédito: Camila Curado/CB/D.A. Press)
Apresentação do Relatório de Avaliação das Eleições 2024, realizada em 9 de dezembro, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. A divulgação pública, para autoridades e jornalistas, foi conduzida pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia - (crédito: Camila Curado/CB/D.A. Press)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou, ontem, o relatório de avaliação das eleições de 2024, que reúne estatísticas e análises de dados, a partir de respostas de questionários coletadas dos tribunais regionais eleitorais (TREs) de 26 das 27 unidades federativas — a exceção é o DF, que não tem eleição para prefeitos e vereadores.

A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, destacou que, pela primeira vez, o relatório foi além das estatísticas, incluindo resultados de análises e de reuniões das justiças estaduais. "Isso é importante porque poderia parecer um relatório só estatístico, e não é".

Em uma comparação entre o novo modelo apresentado com as edições anteriores, Cármen Lúcia afirmou que, sem as análises acrescentadas neste ano, com a ponderação de pontos positivos e negativos, o que se tinha eram "dados estatísticos soltos". "Sem o cotejo com todos os dados e (sem) o contexto no qual aconteceu, e com todos os dados do Brasil inteiro, significa quase um palpite dado", comentou a ministra.

Em 2024, 122 milhões de pessoas foram às urnas nos 5,5 mil municípios do país. Mais de 1,8 milhão de jovens de 16 e 17 anos tiraram o título de eleitor, número 78% maior que em 2020. Os eleitores facultativos, com mais de 70 anos, somaram 15 milhões.

Neste ano, a biometria chegou a 129 milhões de pessoas, o equivalente a 81,7% dos eleitores. A presidente do TSE anunciou que a meta é chegar a 100% no próximo pleito, em 2026. Outro objetivo é diminuir o número de abstenções. Segundo ela, esses dados ainda não são claros no relatório e precisam de ter uma curadoria mais apurada. Atualmente, a abstenção de eleitores obrigatórios (maiores de 18 anos) e facultativos (mais de 70 anos, com idade entre 16 e 18 anos e analfabetos) é contabilizada na estatística, mas apenas o voto obrigatório deveria ser considerado.

Das adversidades superadas, de acordo com Cármen Lúcia, estavam listadas as condições meteorológicas — algumas regiões enfrentaram seca extrema, enquanto outras sofreram com tempestades —, e as notícias falsas. A acessibilidade, considerada prioridade pela ministra, "seja por locomoção, seja por acesso às urnas", ainda deve ser aprimorada. "Alguns municípios ofereceram transportes especiais, com horário marcado para conduzir as pessoas até o local (de votação) e retornar", contou. Mas esse recurso ainda não se tornou regra.

As mulheres continuam sendo a maioria do eleitorado, mas minoria na política, com apenas 34% das candidaturas. Delas, 1.802 foram eleitas prefeita ou vice, e mais de 10 mil, vereadoras. Cármen Lúcia lembrou que a violência política contra a mulher é muito maior do que a praticada contra homens: "O discurso de ódio é um, o discurso de 'odia', como eu costumo dizer, contra as mulheres, é de outra natureza". Ela garantiu que vai trabalhar para diminuir esse tipo de crime "de maneira a não desanimar mulheres que queiram concorrer".

 

postado em 10/12/2024 03:55
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