O acordo entre Mercosul e União Europeia foi festejado pelo setor produtivo. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por exemplo, recebeu com satisfação a conclusão do pacto, atendendo à reivindicação da entidade por uma inserção externa qualificada do Mercosul e também reconhecendo as boas práticas ambientais e de sustentabilidade do setor produtivo brasileiro.
"A finalização do acordo é oportuna, pois garante aos membros do Mercosul um instrumento poderoso para lidar com as mudanças comerciais e geopolíticas em curso", afirmou a nota da entidade. "O Brasil representou mais de 80% do fluxo de US$ 112 bilhões de comércio entre Mercosul e UE em 2023. A importância das trocas comerciais é consequência de um estoque de capital superior a US$ 320 bilhões investidos por companhias da UE no país. Ou seja, além do potencial de alavancar o comércio, o acordo deve estimular o investimento produtivo de longo prazo, uma fonte importante de emprego e renda para o Brasil", acrescentou.
A entidade lembrou que o livre-comércio deverá ocorrer em até 15 anos do início da vigência do acordo. "A Fiesp seguirá atuante para que possamos aproveitar este período de reduções tarifárias e viabilizar as ações necessárias para elevar a competitividade dos setores produtivos do Brasil", acrescentou.
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o acordo entre UE e Mercosul "é importante para ampliar o papel estratégico e o fortalecimento da pauta comercial brasileira". "A ampliação das oportunidades comerciais e a melhoria no ambiente de negócios facilitarão a atração de investimentos do exterior para o mercado brasileiro", destacou.
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Expansão
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirmou que o tratado deve "valorizar a percepção sobre o agro brasileiro". "A entidade reconhece sua importância estratégica a ambos os blocos para a expansão de oferta e a segurança alimentar e energética da União Europeia diante dos limites impostos pelo conturbado cenário geopolítico global", frisou em nota.
Especificamente para o setor, em 10 anos, a UE deve isentar em mais de 80% as importações agrícolas do Mercosul e dar acesso preferencial com menor tarifa a diversos produtos. A eliminação de tarifas é referente a frutas, peixes, suco de laranja, óleos vegetais entre outros produtos. Já as carnes bovina e suína terão um valor estabelecido por cotas, assim como o açúcar e o etanol.
Na avaliação do vice-presidente da entidade, Ingo Plöger, agora existe um esquadro jurídico que facilita o andamento de pautas futuras de cooperação entre blocos democráticos que apostam na livre iniciativa em um mundo cada dia mais protecionista. “Teremos novas agendas comuns nas áreas de novos combustíveis e tecnologias de processos industriais, mais cooperando do que competindo, conjugando inovações em serviços digitais e fortalecendo os instrumentos de democracias”, avaliou.
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