Em encontro do Partido dos Trabalhadores realizado na noite desta quinta-feira (05/12) em Brasília, integrantes da legenda renovaram os ataques ao Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Eles fizeram coro às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na última quarta-feira, afirmou que "não era possível" que o DF recebesse mais recursos de que outras unidades da Federação.
Líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) atacou o fundo responsável pelo custeio integral da segurança pública e parte da saúde e da educação no Distrito Federal. "O presidente Lula quer mudar, e eu quero também. Tem que enquadrar o fundo no arcabouço fiscal, do jeito que está é uma excrescência", disse.
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O ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, seguiu a mesma linha. “Os recursos do DF têm que estar enquadrado no arcabouço fiscal, como todos os outros fundos. Não pode ter privilégios. O fundo do DF não é diferente", comentou. Não é a primeira vez que Costa critica Brasília. Em 2023, na primeira ofensiva contra o FCDF, o petista disse que a transferência da capital federal fez muito mal ao país.
"Era melhor ter ficado no Rio de Janeiro ou ter ido para São Paulo, Minas ou para a Bahia. Para que quem fosse entrar num prédio daquele ou na Câmara dos Deputados ou no Senado, passasse antes de chegar no seu local de trabalho, numa favela", disse Costa, em junho de 2023. Dias depois, o ministro se retratou. Pouco mais de um ano depois, ele se junta novamente aos críticos do FCDF.
Em reação aos ataques dos petistas, políticos de Brasília se mobilizam para preservar o Fundo Constitucional do DF. Na quarta-feira, o governador Ibaneis Rocha e integrantes da bancada brasiliense se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para explicar os danos que serão causados à capital federal se houver cortes no repasse de recursos.
Desde o início da semana, diversas legendas manifestaram apoio ao Distrito Federal e anunciaram que votarão contra a proposta do governo federal. Partidos como o PSD, o PL, o União Brasil e até o PT-DF se manifestaram contra mudanças no cálculo do FCDF.