O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) classificou, nesta quinta-feira (5/12), como “absurdo e inconstitucional” um eventual inquérito da Polícia Federal a pedido do diretor da corporação, Andrei Rodrigues, por falas dele Câmara dos Deputados.
O jornal Folha de S. Paulo publicou na quarta-feira que o diretor da corporação quer pedir um inquérito para apurar se houve crime contra a honra durante uma sessão na Câmara nesta semana. Na terça-feira (3), o congressista do Novo desafiou o diretor a prendê-lo durante uma audiência onde também estava presente o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
“Além de uma atitude absurda e inconstitucional, é também uma sinalização de que o delegado quer continuar esgrimando com o Parlamento”, afirmou van Hattem ao Correio.
“Em vez de se corrigir sobre o inquérito anterior, nulo de direito, preferiu dobrar a aposta uma semana depois de Arthur Lira deixar claro que ninguém avançaria sobre as nossas imunidades, que são uma proteção não só dos parlamentares mas também dos eleitores que representam”, concluiu. Procurada, a Polícia Federal não confirmou a intenção do diretor Andrei Rodrigues.
O deputado já enfrenta um indiciamento por acusar o delegado da PF Fábio Schor de produzir “relatórios fraudulentos” contra Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro preso em fevereiro deste ano na operação Tempus Veritatis, por suposta participação em um plano de golpe de estado. O congressista também chamou o delegado de “bandido”.
Na terça (3), na presença de Andrei Rodrigues e do ministro Ricardo Lewandowski, van Hattem desafiou o diretor da PF a prendê-lo. “Se há entendimento de que eu estou cometendo um crime contra a honra, por que o seu chefe da Polícia Federal, diretor Andrei que está aqui, não me prende agora? Se é um crime contra a honra que eu estou cometendo, que me prenda”, disse ele na Comissão de Segurança Pública da Câmara, dirigindo-se ao ministro Lewandowski.