INFRAESTRUTURA

Ministério avalia ampliação de passageiros no Aeroporto Santos Dumont

Prefeito do Rio de Janeiro e entidades criticam possível medida de ampliação

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criticou publicamente, por meios das redes sociais, a possível ampliação, alegando que a medida prejudicaria o Galeão e traria impactos negativos ao trânsito e ao meio ambiente da região central do Rio -  (crédito: Instagram @eduardopaes)
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criticou publicamente, por meios das redes sociais, a possível ampliação, alegando que a medida prejudicaria o Galeão e traria impactos negativos ao trânsito e ao meio ambiente da região central do Rio - (crédito: Instagram @eduardopaes)

O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou, nesta quarta-feira(4/12), que avaliará, em 2025, a possibilidade de uma “pequena ampliação” na movimentação de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

A proposta foi feita pela Infraero, atual concessionária do terminal, que busca diversificar as fontes de receita. Até o momento, nenhuma alteração foi implementada na portaria que estabelece limites operacionais para o aeroporto.

A análise atende a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) e será conduzida com a premissa de não comprometer a qualidade dos serviços oferecidos. A medida em avaliação surge quase um ano após a entrada em vigor da resolução que limitou a movimentação no Santos Dumont a 6,5 milhões de passageiros por ano, em um esforço para redistribuir voos e fortalecer o Aeroporto Internacional do Galeão.

De acordo com o ministério, a meta para 2025 inclui “desenvolver uma visão estratégica que fortaleça ainda mais a aviação no Estado do Rio de Janeiro, em colaboração com todos os atores envolvidos”. Ainda assim, a possibilidade de flexibilização gerou reações no setor político e empresarial fluminense.

Prefeito e entidades defendem Galeão

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criticou publicamente, por meios das redes sociais, a possível ampliação, alegando que a medida prejudicaria o Galeão e traria impactos negativos ao trânsito e ao meio ambiente da região central do Rio. "Não bastasse o impacto no Galeão e na economia do Rio, as restrições ambientais e no trânsito da região já são motivos mais do que suficientes para normas Estaduais e municipais serem aplicadas impedindo esse aumento", publicou.

No mesmo tom, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também se manifestaram contra a medida, classificando-a como um risco à economia fluminense. Em nota conjunta, as entidades reforçaram os ganhos proporcionados pela limitação imposta ao Santos Dumont, como o aumento de 31,2% na movimentação de passageiros internacionais e 49,4% no transporte de cargas no Galeão entre janeiro e outubro de 2024.

Veja a nota na íntegra assinada pela ACRJ e Firjan

Aumento de voos no Santos Dumont trará prejuízos para o transporte de pessoas e de cargas, ressaltam Firjan e ACRJ

Mais uma vez, alguns representantes da aviação civil, inexplicavelmente, tentam esvaziar a exitosa operação de retomada de voos nacionais e internacionais para o Aeroporto do Galeão, propondo o retorno dos voos nacionais para o Santos Dumont e enfraquecendo o principal aeroporto da segunda maior economia do país. Essa nova tentativa absurda de esvaziar o Galeão vai totalmente na contramão dos interesses do nosso estado e de todos os municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, e parece ter um claro interesse de inviabilizar economicamente o Galeão estados.

Não faz o menor sentido querer transferir voos nacionais para o já sobrecarregado Aeroporto Santos Dumont, que já opera no seu limite físico, com filas de espera monstruosas para seu estacionamento, sem falar nos aspectos de segurança já intensamente demonstrados. O Galeão está retomando seu protagonismo como porta de entrada dos voos internacionais mediante o hub de conexões com outras cidades que a recente medida de limitar a 6.5 milhões o número de passageiros para o Santos Dumont permitiu retomar.

Desde a implementação da limitação de 6,5 milhões de passageiros anuais no Santos Dumont, o Galeão registrou um aumento significativo na movimentação de passageiros internacionais de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, onde foi observado crescimento de 31,2% no período. Além de um crescimento de 49,4% no transporte de cargas, no mesmo período. A recuperação da conectividade aérea internacional pelo Galeão, que concentra voos de longa distância e operações de grande porte, é um reflexo direto da reorientação do tráfego aéreo, consolidando o Rio de Janeiro como uma importante porta de entrada no Brasil.

É inaceitável para o turismo, para a captação da movimentação de cargas, para os cidadãos que aqui vivem e para negócios da cidade que agora as autoridades responsáveis federais pela aviação comercial brasileira queiram mais uma vez retroceder e contribuir para o esvaziamento econômico do nosso estado mesmo depois da posição pública e clara do presidente da República, do governador do Estado e do prefeito do Rio de Janeiro no compromisso dessa retomada.

Ao contrário do que desejam, deveríamos estar criando políticas de incentivos de melhoria de logística de acesso para colocação de mais voos no Galeão, que possui ainda muito espaço para crescer. O trabalho de lobby pelo esvaziamento que tornaria insustentável economicamente o Galeão torna-se um vergonhoso desrespeito com a população carioca e com a economia fluminense.

Em defesa de um Rio de Janeiro atrativo para se viver, trabalhar, empreender, investir e visitar é fundamental um aeroporto internacional pujante e moderno. O Rio de Janeiro não aceita o esvaziamento do seu icônico Galeão eternizado na música de Tom Jobim.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2024

Josier Vilar, Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro - ACRJ
Luiz Césio Caetano, Presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - FIRJAN

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Vanilson Oliveira
postado em 04/12/2024 19:38
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