Mensagens trocadas entre Mauro Cid e um amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro mostram que até o fim de dezembro de 2022, quando Bolsonaro já tinha decidido ir aos Estados Unidos, ainda ocorria uma articulação golpista. Os diálogos, aos quais o Correio teve acesso, foram recuperados pela Polícia Federal no celular do ex-ajudante de ordens da Presidência.
Em uma das conversas, Cid dialoga com Aparecido Portela, militar apontado como um amigo próximo de Jair Bolsonaro. A PF aponta que ele frequentou o Palácio da Alvorada diversas vezes no último mês de 2022. A última visita, de acordo com informações enviadas pelos investigadores ao Supremo, ocorreu na véspera de Natal daquele ano.
"O pessoal que colaborou com a carne está perguntando se ainda vai ter churrasco", disse Portela, se referindo à tentativa de golpe de Estado. "Pois estão colocando em dúvida minha atuação", disse ele a Mauro Cid. Em seguida, Cid responde: "vai sim! Ponto de honra. Nada está acabado ainda de nossa parte", respondeu o tenente-coronel.
No dia 31 de dezembro daquele ano, de acordo com a PF, Portela ligou para Cid, mas ele já estava em voo com Jair Bolsonaro, rumo aos Estados Unidos. Cid então respondeu por mensagem: "O Pr (presidente) estava com a decisão mais importante da nossa história. A guerra ainda não acabou". Para os investigadores, as conversas deixam claro a participação de Cid e que Bolsonaro estava plenamente ciente do plano golpista.
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