RELATÓRIO

Plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes revela táticas militares

Investigação da Polícia Federal expõe detalhes de uma conspiração violenta para desestabilizar o governo eleito em 2022, incluindo armamento de guerra e métodos letais como envenenamento e explosivos

De acordo com o relatório da Polícia Federal, que teve o sigilo quebrado nesta terça-feira (26/11), detalhes do armamento e modos operandi para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes revelam o grau de violência das ações que estavam sendo planejada pelo 37 indiciados, acusados de planejar um golpe de Estado.

Os documentos, acessados após a retirada do sigilo, mostram que o grupo criminoso planejava usar armamento de guerra, artefatos explosivos e métodos como envenenamento para executar as ações. Entre os itens listados nos planos da operação estavam armamentos de uso restrito e aparelhos telefônicos e chips descartáveis para evitar rastreamento.

O caráter violento do planejamento é ainda mais evidenciado pela menção explícita a danos colaterais, que eram classificados pelos conspiradores como “100% passíveis e aceitáveis”. Isso inclui a possibilidade de mortes de terceiros, indicadas como um custo viável para a execução do golpe. O uso de linguagem militar e termos técnicos nos documentos reforça que a conspiração foi estruturada com alto nível de organização e preparação.

O arsenal previsto incluía pistolas de calibres 9mm e .40, além de fuzis de alta precisão, como os de calibres 5,56mm, 7,62mm e .338. Além disso, o plano previa o uso de armamento coletivo pesado, como uma metralhadora M249, conhecida por seu uso em cenários de combate, um lança-granadas de 40mm e um lança-rojões AT4, equipamento utilizado em operações militares de alta complexidade.

O ministro Alexandre de Moraes, um dos alvos da conspiração, poderia ser assassinado por uso de explosivos ou envenenamento quando estivesse participando de algum evento público oficial. Os conspiradores avaliaram os riscos da operação, indicando que as chances de “captura” dos executores eram altas, assim como a possibilidade de “danos colaterais” e “baixas” (mortes) entre os envolvidos na ação.

O planejamento já estava em andamento, com ações de reconhecimento do comboio do ministro e dos protocolos de segurança adotados. Em documentos analisados, os conspiradores consideravam admissível o sacrifício de toda a equipe de segurança de Moraes e até mesmo de militares envolvidos na operação, reforçando o caráter violento e extremo da conspiração.

O plano também visava o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin. Lula, identificado pelo codinome “JECA”, era descrito como um alvo cuja eliminação poderia desestabilizar profundamente a chapa presidencial vencedora, colocando o governo “sob a tutela principal do PSDB”. O documento mencionava a vulnerabilidade de saúde de Lula, indicando que métodos como envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico estavam entre as possibilidades analisadas. 

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