Investigação

Inquérito da PF que investiga tentativa de golpe cita Bolsonaro 535 vezes

Relatório será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, mas a expectativa é que o órgão apresente denúncia somente em 2025

Jair Bolsonaro (PL) é citado 535 vezes nas 884 páginas do relatório final da Polícia Federal que indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente, que está entre os indiciados, é o investigado mais citado no documento. 

O segundo nome mais citado é do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid é mencionado 417 vezes (384 pelo nome Mauro Cid e, 33 vezes, como Mauro Cesar Cid). Apesar de ter o mesmo nome do pai, este é citado como general Lourena Cid e aparece duas vezes no texto.

Braga Netto é mencionado 24 vezes no texto. O vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022 teria reunido militares na casa dele para planejar um golpe, além de ter tentado convencer os membros das Forças Armadas a participarem do esquema.

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, é citado 24 vezes. De acordo com a PF, ele teria fomentado informações falsas sobre uma fraude nas eleições, embora soubesse que o pleito tinha sido legítimo.

Nesta terça-feira (26/11), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou o envio do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão terá prazo de 15 dias para se manifestar, mas ele poderá ser adiado. A expectativa é que a PGR só apresente denúncia em 2025 por conta da complexidade do caso e pelo fato de o Judiciário entrar em recesso a partir de 20 de dezembro.

Tentativa de golpe de Estado

Na quinta-feira, 37 pessoas foram indiciadas por integrar uma organização criminosa que pretendia realizar um golpe de Estado. Além de Bolsonaro, foram indiciados o general Walter Braga Netto, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, e o general Augusto Heleno.

Segundo a PF, foi colocado em prática um planejamento para tentar impedir a posse do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin. Ataques contra o STF também foram planejados.

A organização ainda afirma que o ex-presidente sabia do plano para matar o presidente Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

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