A investigação da Polícia Federal aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro fugiria do país caso uma tentativa de golpe de Estado não fosse bem sucedida. A informação está no relatório final do inquérito que apura o caso e que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi divulgado nesta terça-feira (26/11) pelo ministro Alexandre de Moraes.
A PF aponta que existia uma articulação de militares que estavam preparados para retirar Bolsonaro do país caso o golpe não desse certo. As diligências apontam que o ex-presidente tinha como plano enfrentar o Poder Judiciário. O ápice desse enfrentamento ocorreu em 7 de setembro de 2021.
"Os elementos de prova colhidos demonstram que os investigados planejaram o cenário de enfrentamento de Jair Bolsonaro com o Poder Judiciário, que levaria a uma ruptura institucional. Conforme exposto, tal fato ocorreu de forma mais incisiva no dia 07 de setembro de 2021,quando o então presidente ameaçou o STF e seus ministros, evidenciando a prática de atos contra o regime democrático, restringindo a atuação da Suprema Corte brasileira", diz um trecho do documento.
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Militares seriam posicionados em locais estratégicos, incluindo estruturas críticas para impedir que o poder público cumprisse ordens dadas pelo Supremo. Havia inclusive, de acordo com a PF, a alocação de armas dentro do Palácio do Planalto, que poderiam ser usadas para proteger o então presidente.
A PF aponta ainda que, apesar de não ter sido colocado em prática em 2021, o plano de fuga foi adotado em 2022, após Bolsonaro perder as eleições e não conseguir apoio das Forças Armadas para atacar a democracia.
"Apesar de não empregada no ano de 2021, o plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado. Conforme será descrito nos próximos tópicos, Jair Bolsonaro, após não conseguirem o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023", completa a corporação.
O relatório foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decide se apresenta ou não denúncia contra os envolvidos.
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