O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, ontem, com o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, e parabenizou-o pela vitória nas urnas no domingo. Representante do uma ampla coalizão que inclui o ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica, um dos mais influentes líderes de esquerda da América Latina, a chegada de Orsi ao governo uruguaio foi celebrada no Palácio do Planalto. E por duas razões: a primeira, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa a ter mais um interlocutor na região, sobretudo dentro do Mercosul; e a segunda é porque isola ainda mais Javier Milei, presidente da Argentina.
A conversa deles ocorreu ontem de manhã e agendaram um encontro na cúpula do Mercosul, em Montevidéu, dias 5 e 6 de dezembro. Lula foi um dos primeiros chefes de Estado a parabenizar o presidente eleito logo no domingo, assim que o resultado das urnas foi divulgado.
"Essa é uma vitória de toda a América Latina e do Caribe. Brasil e Uruguai seguirão trabalhando juntos no Mercosul e em outros fóruns pelo desenvolvimento justo e sustentável, pela paz e em prol da integração regional", publicou Lula em sua conta no X (antigo Twitter).
A vitória de Orsi foi recebida com euforia no Palácio do Planalto porque o governo do atual presidente, Luis Lacalle Pou, contribuiu para esvaziar o Mercosul, na visão de autoridades brasileiras. A situação se agravou com a chegada de Milei à Casa Rosada, pois ambos são a favor de fechar acordos à parte do bloco.
Lula tem boa relação com Lacalle Pou, apesar de ter sido criticado pelo dirigente uruguaio pela posição considerada leniente com o autocrata da Venezuela, Nicolás Maduro. O presidente visitou o Uruguai, no início do ano, para um encontro com Pou, mas também esteve com Mujica.
Auxiliares de Lula também festejaram a vitória de Orsi. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, parabenizou os uruguaios pela escolha e a Mujica pela vitória do correligionário. O mesmo fez o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, destacou a realização das eleições uruguaias, cujo resultado foi aceito por todos os candidatos — uma alusão à situação brasileira de 2022, quando Jair Bolsonaro não reconheceu a derrota para Lula e foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em uma conspiração para a execução de um golpe de Estado.
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