Investigação

Bolsonaro se manifesta sobre indiciamento e ironiza denúncia: 'Criatividade'

Após ser indiciado pela PF, o ex-presidente criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirmou que é na Procuradoria Geral da República que "começa a luta"

Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nas redes sociais após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (21/11). O ex-presidente é suspeito de envolvimento em um plano de golpe de Estado após a vitória de Lula em 2022.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), Bolsonaro criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do processo. "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", escreveu.

O ex-presidente disse ainda que vai esperar a análise do indiciamento por parte de seu advogado. "Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", completou.

Bolsonaro fala em "criatividade" como referência a uma mensagem do juiz instrutor do gabinete de Moraes, Airton Vieira, ao chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Tagliaferro. O caso ocorreu em agosto deste ano quando o jornal Folha de S.Paulo publicou mensagens da equipe de Moraes sobre investigações avaliadas pelo ministro (leia mais sobre o caso neste link).

Ao responder a Tagliaferro sobre a dificuldade de formalizar uma denúncia contra a Revista Oeste, Vieira escreveu: "Usa a sua criatividade rsrsrs".

Tentativa de golpe de Estado

Nesta quinta-feira, 37 pessoas foram indiciadas por integrar uma organização criminosa que pretendia realizar um golpe de Estado. Além de Bolsonaro, foram indiciados o general Walter Braga Netto, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e Augusto Heleno.

Segundo a PF, foi colocado em prática um planejamento para tentar impedir a posse do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin. Ataques contra o STF também foram planejados.

A organização ainda afirma que o ex-presidente sabia do plano para matar o presidente Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

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