O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, considerou "muito grave" a revelação de que havia, realmente, um golpe de Estado planejado por membros do governo de Jair Bolsonaro, que deveria ser deflagrado antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. Para ele, é preciso separar as instituições das pessoas envolvidas no escândalo. "As Forças Armadas não planejaram nada, quem planejou o golpe foram pessoas que usam fardas", ressalvou o ministro, ao Correio.
"Eu torço muito para que outros casos como esse — se é que existem — apareçam para que a gente possa tirar a suspeição das Forças Armadas e ficar apenas nas pessoas. As manchetes diziam "militares planejaram golpe", mas quem planejou o golpe foram homens que usam farda, não foram as Forças Armadas como instituição, que não planejaram nada", enfatizou. "Quem abre os inquéritos e pesquisa sobre quem é culpado ou inocente é a Polícia Federal. Nós (do Ministério da Defesa e do Alto Comando das Forças Armadas) só ficamos sabendo das operações da PF no dia em que foram deflagradas", informou.
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Segundo José Múcio, a "indignação também é interna" em relação aos fatos revelados pela Polícia Federal e apresentados ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que comanda o inquérito dos atos antidemocráticos. O Alto Comando das três Armas (Exército, Marinha e Aeronáutica) está "unido e ciente da gravidade dos fatos" e colabora com as investigações policiais.
"Se você me perguntar se eu gosto disso (da operação da PF), gosto, sim", disse o ministro da Defesa. "Cada vez mais, a gente vai limpando essa imagem que se tem de que as Forças planejaram alguma coisa. As Forças são fiéis à Constituição e ao presidente da República e sentem quando veem seu nome sendo enxovalhado."
José Múcio acrescentou: "Eu quero que a Justiça, verdadeiramente, julgue os envolvidos. Às Forças Armadas interessa que tudo isso seja plenamente esclarecido", concluiu.
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