O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (19/11) que as prisões na operação da Polícia Federal que investiga um plano para assassinar Lula (PT) e outras autoridades em 2022 vão contra a lei. Ele também negou que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenha participado das conversas reveladas pela PF.
“Não pode a gente ficar ao sabor do que uma ou outra pessoa dentro aqui do Supremo Tribunal Federal entenda que possa ser crime ou não. Crime é o que está na lei. Pelo amor de Deus. Código Penal, não existe crime sem lei anterior que o defina e nem pena sem prévia combinação legal”, disse a jornalistas ao chegar à Câmara.
- Leia também: Como era plano de militares para dar golpe e matar Lula, Alckmin e Moraes, segundo a PF
Discordou, também, da linha de investigação que aponta para um plano de golpe. “Querem fazer-nos crer que o presidente Bolsonaro esperou sair da Presidência da República, quando não era mais chefe das Forças Armadas, aí ele tentou dar um golpe com senhorinhas e mães de família que nunca pisaram em uma delegacia, sem dar um tiro, sem uma arma apreendida, para dizer que esse cara que estava nos Estados Unidos ia dar um golpe em um domingo de janeiro em Brasília?”, questionou Eduardo.
As informações obtidas pela PF, no entanto, apontam que o plano de golpe foi elaborado ainda durante os últimos meses do governo Bolsonaro, quando este ainda era o chefe das Forças Armadas. O então presidente viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022 – depois da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em Brasília em 12 de dezembro e da data escolhida pelos golpistas para assassinar Lula e Geraldo Alckmin (PSB): 15 de dezembro.
Questionado sobre a informação de o plano ter sido impresso no Palácio do Planalto pelo ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência de Bolsonaro, Eduardo desconversou. Tampouco quis comentar em detalhes sobre o plano ter sido discutido, segundo a PF, na casa do general Braga Netto depois das eleições de 2022 – ocasião em que havia concorrido como vice na chapa de Bolsonaro.
“Cortina de fumaça”
“Para mim, isso aí é cortina de fumaça. Porque tem Janjapalooza, tem tanta coisa acontecendo, R$ 14 milhões de isenção para o Felipe Neto e tantas outras matérias que seriam muito mais pertinentes do que isso aí. Isso mais parece que é uma demonstração para tentar vender para os líderes que estão aqui no G20 de que o Brasil tem um risco à democracia. Não tem”, disse.
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