O governo federal lançou nesta sexta-feira (15/11) o Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18, da Igualdade Étnico-Racial, em meio à programação do G20 Social. O item integra a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), e é uma criação brasileira.
A construção do ODS 18 foi anunciada em setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU. O país tomou frente do assunto para que o debate sobre o racismo seja incluído nas discussões globais. A Agenda 2030 tem 17 ODS, que contemplam, por exemplo, a erradicação da pobreza, da fome, a igualdade de gênero, mas sem tratar de raça.
“O ODS 18 vem assumir esse debate, que é um debate dentro da diplomacia, do multilateralismo, que a gente precisa, sim, falar de relações sociais, do racismo, porque o racismo estrutura as desigualdades também entre países”, declarou a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, relembrou vivência ao lado da irmã, Marielle Franco, que mostram como é importante combater o racismo. “Me lembro que a primeira entrevista [de emprego] que fiz, um dos meus diplomas é em jornalismo, acabou a entrevista e o rapaz disse que eu não tinha ‘rosto para a bancada’. E aí um dos sonhos de ser jornalista começou a diluir", afirmou.
"Em outro momento, lembro de a Marielle falar que fez entrevista e falou que o cabelo dela era muito alto e não deixou ela ficar. Por isso, que o ODS 18 e pensar a construção de um país que nos aceite e nos respeite, não nos violente e não nos mate é tão importante”, declarou a ministra, reafirmando a importância de lançar o ODS 18 com a participação dos movimentos sociais.
A primeira-dama Janja Lula da Silva também esteve presente no lançamento, que ocorreu no Museu do Amanhã. “Estamos trabalhando arduamente para que a Agenda 2030 seja cumprida. Esse é o momento para a gente caminhar lado a lado”, disse.
Mais crédito a pessoas negras
Também nesta sexta-feira, o ministério da Igualdade Racial firmou um acordo de cooperação com a Caixa Econômica Federal para soluções financeiras a pessoas negras. A ideia é incluir nas soluções financeiras o grupo que é invisibilizado nas agências bancárias.
A parceria prevê a capacitação dos empregados do banco sobre questões raciais e também promover produtos, projetos e serviços bancários para atender as necessidades das comunidades negras, quilombolas, ciganas e de matriz africana.