Atentado

Tese de suicído do homem-bomba é contestada pelo governo

Ministros Paulo Pimenta e Alexandre Padilha questionaram nesta quinta-feira (14/11) a tese que Francisco Wanderley Luiz teria cometido suicídio após ataque ao STF ontem

Ministros da cúpula do governo questionaram nesta quinta-feira (14/11) a tese de que o autor do atentado de ontem contra o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha cometido suicídio após os atos. Para integrantes do Planalto, a morte foi acidental.  

“A tese de suicídio é furada”, disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, a jornalistas no Planalto. Segundo ele, as filmagens do ato mostram que um dos artefatos explodiu na mão de Francisco, que teria caído e morrido após outra detonação, próxima à sua cabeça.

A tese preliminar de que o chaveiro teria cometido suicídio após o ataque foi ventilada na noite de ontem pela vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, em coletiva de imprensa. Segundo as informações, Francisco teria deitado no chão e colocado um explosivo coberto por um travesseiro atrás da própria cabeça.

Pimenta apontou ainda que o atentado não preocupa a cúpula do governo, e que não deve haver mudanças permanentes na segurança do Planalto. Nos próximos dias, a sede do Executivo continuará com reforço de militares do Exército, convocado na quarta-feira pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

O ministro ecoou o posicionamento do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, de que o atentado não se trata de um fato isolado, mas sim do resultado da existência de grupos extremistas articulados.

“Não trato como um fato isolado. Para mim é fruto de um ambiente cultivado de intolerância e ódio”, afirmou Pimenta, citando os casos de violência envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que ameaçou um homem com uma arma de fogo, e o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PRTB), que recebeu a tiros uma equipe da PF que foi prendê-lo.

Padilha também questiona

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, também questionou publicamente a tese do suicídio. “Chegou a sair uma primeira versão de que a pessoa teria pegado a bomba e colocado debaixo da cabeça. Chegou a ter um pronunciamento sobre isso”, disse Padilha em entrevista ao UOL News. “As imagens mostram claramente que não, que ele estava tirando os explosivos, tirando um, tirando o segundo… Quando ele tirou o terceiro, aparentemente ele caiu e se feriu”, acrescentou.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal como um atentado terrorista. Até o momento, a indicação é que Francisco teria agido sozinho no ataque, mas a PF não destaca ainda a possibilidade de ação coordenada.

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