RACISMO NA JUSTIÇA

Barroso diz que a magistratura brasileira é predominante branca

CNJ lançou painel que acompanha ações sobre racismo na Justiça de todo o país

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou nesta semana um painel onde é possível acompanhar processos sobre crimes de racismo que tramitam na Justiça de todo o país. De acordo com os dados disponíveis na plataforma, há 11.620 processos em andamento.

Entre as unidades da federação, a Bahia aparece com mais casos, com 4,9 mil ações em andamento, o que representa 42% do total. Em seguida, aparecem os estados do Paraná (767), Minas Gerais (682) e Santa Catarina (636).

Os dados da plataforma também apontam que há 74 mil pessoas negras no Judiciário, sendo 2,4 mil magistrados e 71,6 mil servidores. Ao todo, o país tem 18 mil magistrados.

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a magistratura brasileira é predominantemente branca.

"A magistratura é predominantemente branca e há um déficit de representatividade e de compreensão das realidades diferentes que provêm da questão racial e do racismo estrutural brasileiro", afirmou.

"A cor da pele faz muita diferença no comportamento das pessoas, na acessibilidade nos espaços públicos, nos espaços de poder. Acho que o diagnóstico adequado tem contribuído para uma progressiva superação desse racismo estrutural", completou o magistrado.

Em sua fala, realizada na terça-feira (5/11), Barroso disse que o CNJ já conseguiu com parceiros da iniciativa privada 750 bolsas de estudo para candidatos negros que ficarem entre os primeiros colocados no Exame Nacional da Magistratura (Enam). De acordo com ele, R$ 7 milhões foram levantados para custear as bolsas.

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