O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que não pretende direcionar o corte de gastos para os benefícios sociais. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (6/11) aos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF), para um programa da Rede TV, ele questionou se o Congresso Nacional e os empresários abririam mão de benefícios para equilibrar o orçamento. O site UOL teve acesso preliminar ao conteúdo.
“Eu não posso adiantar (as medidas fiscais) porque ainda não concluímos o pacote. Estou num processo de discussão muito séria com o governo, porque eu conheço bem o discurso do mercado, a gana especulativa do mercado, e eu, às vezes, acho que o mercado age com uma certa hipocrisia”, iniciou o presidente.
“Nós não podemos mais jogar, toda vez que temos que cortar alguma coisa, em cima dos ombros das pessoas mais necessitadas", argumentou Lula. "Eu quero saber o seguinte, se eu fizer um corte de gastos para diminuir a capacidade de investimento do orçamento, a pergunta que eu faço é: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que vou fazer? Os empresários que vivem [com benefícios] do governo, vão aceitar abrir mão de subsídio para a gente poder equilibrar a economia brasileira? Não é só tirar do orçamento do governo”, acrescentou Lula.
Há duas semanas, o chefe do Executivo reúne os ministros para conversar sobre possíveis maneiras de enxugar o orçamento. Já participaram dos encontros os chefes das pastas de Educação, Saúde, Trabalho, Casa Civil e Fazenda.
Os ministros Camilo Santana, da Educação, e Luiz Marinho, do Trabalho, já se mostraram abertamente contra cortes em suas áreas. Na educação, inclusive, o ministro prevê o anúncio de um pacote de medidas para valorizar os professores ainda neste mês.
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