O Exército Brasileiro publicou um conjunto de normas de Política de Ética Profissional e Liderança que servirá para guiar os militares até 2027 sobre o uso consciente das redes sociais, principalmente, se tratando de disseminação de fake news. O documento foi publicado na última sexta-feira (1º/1).
O texto diz que as diretrizes visam reforçar a "respeitabilidade" do Exército. De acordo com o material, as novas regras foram publicadas em um "momento de profunda reflexão" da Força sobre "os valores e princípios éticos e morais e sobre a liderança no âmbito" da corporação.
O documento traz uma série de especificações para que os militares evitem a publicação de desinformação e estejam cientes sobre crimes virtuais. A informação foi adiantada pelo jornal Estado de S. Paulo.
"O ambiente digital, com sua velocidade e superficialidade, possui a capacidade de potencializar as limitações da liderança, dificultando a influência e o direcionamento de esforços para alcançar os objetivos institucionais", diz o documento.
A orientação é que o "líder militar" conheça profundamente o contexto em que atua, cercando-se de assessores que não sejam "meros repetidores de opiniões alheias, amplamente disseminadas nas redes sociais".
Não é citada no material eventuais manifestações políticas dos militares sobre governos passados.
Nesta semana, o Exército indiciou três coronéis por participar da elaboração de uma carta que tinha o objetivo de pressionar general Marco Antônio Freire Gomes, que comandou o Exército durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, e autoridades das Forças Armadas a aderir um plano de golpe de Estado contra o pleito que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República.