Advogados da família que hostilizou o ministro Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma, em julho de 2023, apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana um pedido de retratação formal pela confusão. Eles respondem por calúnia e injúria, crimes contra a honra. A retratação pode extinguir a pena prevista em lei para os envolvidos, caso seja aceita pela Corte.
“Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanata Binotto, denunciados, infra-assinados, nos autos do inquérito policial em epígrafe, comparecem, reverentemente, à presença de Vossa Excelência, a fim de, relativamente aos fatos ocorridos no Aeroporto de Roma, se retratarem com as vítima”, diz manifestação da defesa encaminhada à Corte.
O documento foi enviado ao ministro Dias Toffoli, relator da ação. Ao apresentar a denúncia ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que a família Mantovani teve a clara intenção de atacar Alexandre de Moraes.
"A falsa imputação da conduta criminosa ao ministro foi realizada pelos acusados de maneira pública e vexatória. É claro o objetivo de constranger e de provocar reação dramática. O registro em vídeo das passagens vexatórias, posteriormente compartilhado em redes sociais, atendia ao propósito de potencializar reações violentas de outros populares contra o ministro, agredido pelo desempenho das suas atribuições de magistrado, pondo em risco, igualmente, a sua família, captada nas imagens", escreveu Gonet.
Entenda o caso
Em 14 de julho de 2023, Moraes e seu filho foram hostilizados no Aeroporto Internacional de Roma pelo casal Roberto Mantovani e Andréia Munarão, além do genro deles, Alex Zanatta, e o filho, Giovani Mantovani. O magistrado estava retornando da Universidade de Siena, após participar do Fórum Internacional de Direito. Os envolvidos chamaram o ministro de “bandido, comunista e comprado”.
As imagens gravadas pelo circuito interno do local também mostram um tapa de Roberto Mantovani contra o filho de Moraes. Após a confusão, a família embarcou normalmente para o Brasil, mas, ao chegar em Guarulhos (SP), eles foram abordados pela Polícia Federal — que instaurou inquérito para apurar acusações de agressão, ameaça, injúria e difamação contra o ministro.
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