O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou nesta quarta-feira (25/11) uma retratação do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, depois do anúncio de que o grupo não venderia mais carne do Mercosul na França por preocupações com a qualidade. O movimento, no entanto, foi visto como um movimento protecionista.
“Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul. O Brasil, como Congresso Nacional, como os empresários e a população, tem que dar uma resposta clara”, disse Lira, durante discurso na abertura do evento CNC Global Voices.
Arthur Lira também afirmou que irá pautar medidas de “reciprocidade econômica” contra a França e que a Câmara discutirá, nesta semana, o PL 1406 de 2024, que proíbe o governo brasileiro de propor ou assinar acordo internacional com exigências que restrinjam as exportações de produtos brasileiros.
Boicote
Além de Lira, o Ministério da Agricultura, a Frente Parlamentar da Agropecuária e outros representantes do agro já haviam protestado contra o Carrefour. Produtores brasileiros iniciaram, no fim de semana, um boicote ao grupo, deixando de fornecer carne às lojas brasileiras.
O Carrefour, por sua vez, disse em nota que lamenta a decisão dos produtores e que a falta de fornecimento vai impactar os consumidores. Negou, no entanto, que as lojas já enfrentem desabastecimento.
“Estamos em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”, diz um trecho da nota.
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