O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração conjunta nesta quarta-feira (20/11) ao lado do presidente da China, Xi Jinping, com quem se reuniu no Palácio da Alvorada. Em seu discurso, o petista anunciou um plano de ‘sinergia’ entre os programas de desenvolvimento brasileiro e a iniciativa chinesa Cinturão e Rota, a “Nova Rota da Seda”, que conta com investimento trilionário em infraestrutura em diversos países no mundo.
A fala do presidente incluiu ainda uma defesa da proposta de paz entre Rússia e Ucrânia que foi desenvolvida por Brasil e China, e o anúncio da elevação da relação diplomática entre os dois países para uma “Comunidade de Futuro Compartilhado”.
“Estabeleceremos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana e o Plano de Transformação Ecológica, e a Iniciativa Cinturão e Rota”, declarou Lula durante o pronunciamento, que contou com a presença de ministros e autoridades dos dois países.
O anúncio sobre a participação do Brasil na Nova Rota da Seda era um dos mais esperados para o encontro, já que a diplomacia chinesa insiste há anos pela adesão brasileira ao projeto. O governo Lula, porém, decidiu chegar a um meio-termo com a “sinergia” entre os programas brasileiros e o projeto chinês. Uma adesão oficial poderia causar mal-estar com outros aliados, como os Estados Unidos.
Proposta para paz na Ucrânia
Lula também destacou a proposta de paz entre Rússia e Ucrânia criada e negociada por Brasil e China. A proposta é rejeitada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas o presidente russo Vladimir Putin já admitiu a possibilidade de estudar a negociação.
“Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar”, disse o chefe do Executivo brasileiro. “Os ‘Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China para uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia’ são exemplos da convergência de visões em matéria de segurança internacional”, acrescentou.
Lula e Xi conversaram a portas fechadas antes da declaração, e depois com a presença de ministros dos dois governos. O encontro fortaleceu a parceria entre Brasil e China, que celebrou 50 anos em 2024.
“O presidente Xi e eu decidimos elevar a Parceria Estratégica Global ao patamar de Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável”, anunciou o petista. Lula disse ainda esperar a presença de Xi novamente no Brasil no ano que vem, para a reunião do Brics, em junho, e para a COP30, no fim do ano.
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