O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para prestar um novo depoimento, às 14h da próxima quinta-feira (21/11), na sede do Supremo.
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De acordo com despacho assinado por Moraes, o depoimento visa esclarecer "contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal".
Nesta terça-feira (19/11), a PF deflagrou operação sobre um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, as informações foram recuperadas de dados do celular de Cid, e incluem troca de mensagens envolvendo planos para os supostos assassinatos.
Cid compareceu à sede da PF, em Brasília, nesta terça-feira, para prestar um novo depoimento, em que negou qualquer envolvimento ou conhecimento do plano. No entanto, de acordo com a apuração da PF, o nome de Cid apareceu em conversas com o general Mario Fernandes, preso nesta terça-feira.
As mensagens indicariam o planejamento de ações criminosas contra lideranças do Executivo e do Judiciário. Mauro Cid foi preso pela primeira vez em março de 2023, sendo posteriormente solto após firmar um acordo de delação premiada em setembro do mesmo ano.
Delação em risco
Após deflagrar nova operação que investiga planejamento de assassinato de Lula e mais autoridades, a Polícia Federal pediu ao STF a anulação dos benefícios da delação premiada concedidos a Mauro Cid.
A delação corre risco de ser cancelada e, com isso, o réu perderia benefícios como o direito de permanecer em liberdade.
Operação contragolpe
O STF ordenou a prisão preventiva dos militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra Azevedo, do general da reserva Mário Fernandes e do agente da PF Wladimir Matos Soares, investigados na Operação Contragolpe. Deflagrada na manhã desta terça-feira, a ação identificou mensagens no celular de Mauro Cid que mostram plano para assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.
A corte também impôs medidas de busca e apreensão de armas, munições, computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos, além da proibição de comunicação entre os investigados, suspensão de funções públicas e determinação de entrega de passaportes.