Investigação

Golpistas pretendiam matar Lula envenenado, diz Polícia Federal 

Grupo também articulou assassinato do ministro Alexandre de Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Crime aconteceria em 15 de dezembro de 2022, dias após a diplomação da chapa eleita

11.11.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da Reunião com as Lideranças dos Grupos de Engajamento do G20, em cerimônia no Palácio do Planalto. Brasília - DF. -  (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
11.11.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da Reunião com as Lideranças dos Grupos de Engajamento do G20, em cerimônia no Palácio do Planalto. Brasília - DF. - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

A organização criminosa — que articulava um golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022 — cogitou assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) envenenado. Em mensagens recuperadas pela Polícia Federal, por meio da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19/11), os golpistas acreditavam que o estado de saúde do petista justificaria a morte após o crime. 

“Para execução do presidente LULA, o documento [da Polícia Federal] descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, diz trecho da decisão que autorizou a operação, assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

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As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. 

O grupo era formado por militares do Exército, da ativa e da reserva, além de um agente da PF. Segundo a investigação, o plano foi batizado pelos golpistas de “Punhal verde e amarelo” e aconteceria em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação da chapa Lula e Geraldo Alckmin (PSB) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também três dias depois dos ataques na sede da Polícia Federal, em Brasília. 

Nas mensagens, Lula era chamado pelo codinome “Juca”, já o vice-presidente Alckmin, de “Joca”. A PF também descobriu que o ministro Alexandre de Moraes era monitorado até que essa organização conseguisse colocar em prática o plano. Os golpistas pretendiam matá-lo com um artefato explosivo ou por meio de envenenamento. 

"Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público", diz outro trecho da decisão judicial. 

Ex-assessor de Bolsonaro 

Um dos presos é o general Mário Fernandes, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto ele chefiava o Palácio do Planalto. Ele chegou a ser ministro interino da secretaria-geral da Presidência. 

A operação foi embasada nos arquivos que foram deletados do computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid e também de Mário Fernandes. A PF conseguiu recuperar as mensagens com teor golpista e o plano de assassinato nesses arquivos. Houve prisões em Brasília e no Rio de Janeiro, além de buscas e apreensões no Amazonas e em Goiás. 




postado em 19/11/2024 13:57
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