O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, comentou nesta terça-feira (19/11) sobre o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descoberto pela Polícia Federal.
Segundo Pimenta, o ataque só não ocorreu "por detalhes", e sua organização envolveu pessoas do "núcleo de poder" do governo de Jair Bolsonaro. A PF deflagrou hoje a Operação Contragolpe, para prender militares envolvidos no plano e coletar novas evidências.
"São elementos novos, extremamente graves sobre a participação de pessoas do núcleo de poder do governo Bolsonaro e o golpe que tentaram executar no Brasil impedindo a posse do presidente e do vice-presidente eleitos. Isso só não ocorreu por detalhes", disse Pimenta a jornalistas na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
O ministro apontou ainda ligação entre o plano recém-revelado pela PF, os ataques à sede da corporação, em Brasília, a tentativa de explodir um caminhão tanque no Aeroporto de Brasília e a tentativa de golpe de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes. Os atos ocorreram entre o final de 2022 e o começo de 2023.
"Esses fatos se relacionam entre si, os personagens são os mesmos. Os mesmos personagens que financiaram a presença dos acampados em frente aos quartéis estão envolvidos também nesses episódios", disse ainda Pimenta, mencionando que o homem que jogou explosivos contra o STF na semana passada e acabou morrendo em uma explosão também participou dos acampamentos.
"Há uma relação entre os financiadores e os que programaram, que planejaram essas ações criminosas, e eles precisam responder por isso", enfatizou o ministro.
Militares próximos a Bolsonaro
Segundo investigação da PF, um grupo de militares dos chamados "kids pretos", as Forças Especiais do Exército, planejou a morte de Lula, Alckmin e Moraes para o dia 15 de dezembro de 2022, poucos dias após a diplomação do então presidente eleito. O objetivo do ataque seria impedir a possa do governo eleito, e realizar um golpe de Estado.
O plano foi descoberto em mensagens deletadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
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