Explosões na Esplanada

"Precisamos fazer o caminho de volta", diz Barroso sobre discurso de ódio

Ao falar sobre atentado de ontem, ministro relembrou diferentes ataques contra o Supremo e a outras instituições realizados por parlamentares. Ele não citou nomes, mas fez referência aos casos de Daniel Silveira, Roberto Jefferson e Carla Zambelli.

Barrosos:
Barrosos: "Onde foi que nos perdemos nesse mundo de ódio, intolerância e golpismo? Por que, subitamente, se extraiu o que havia de pior nas pessoas?" - (crédito: Zeca Ribeiro)

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quinta-feira (14/11), que a sociedade precisa refletir sobre situações de ódio e violência como o ataque contra a Corte realizado ontem por um homem que explodiu bombas na Praça dos Três Poderes. Segundo ele, o discurso de agressividade e violência não pode permanecer.

"No curso das apurações, nós precisamos como país e como sociedade fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós. Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência?", questionou o ministro.

Barroso relembrou ataques contra o Supremo e a outras instituições realizados por parlamentares. Ele não citou nomes, mas fez referência aos casos de Daniel Silveira, Roberto Jefferson e Carla Zambelli.

"Em fevereiro de 2021, um deputado divulgou um vídeo com discurso de ódio, ofensas e ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal, num grau inimaginável de grosseria e incivilidade. Em outubro de 2022, um parlamentar, notório por esquemas variados, desrespeita ordem do STF e ataca os policiais federais com fuzis e granadas. Disse que era em nome da liberdade", declarou.

"Em outubro de 2022, uma parlamentar persegue de arma em punho um cidadão que havia se manifestado criticamente, em tom, aliás, muito menos grave do que aquele a que todos nós vínhamos sendo submetidos", completou Barroso.

Por fim, o magistrado falou sobre "golpismo" e disse que o foco é trazer a civilidade de volta.

"Onde foi que nos perdemos nesse mundo de ódio, intolerância e golpismo? Por que, subitamente, se extraiu o que havia de pior nas pessoas? Pessoas com visões diversas podem ter respostas diversas para esse fato. Porém, mais do que procurar os inspiradores dessa mudança na alma nacional, o que nós precisamos é fazer o caminho de volta. De volta à civilidade, ao respeito mútuo", frisou.

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postado em 14/11/2024 16:13 / atualizado em 14/11/2024 16:18
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