O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Roberto Barroso, distribuiu, formalmente, nesta quinta-feira (14/11), a relatoria do inquérito que instiga as explicações na Praça dos Três Poderes ao ministro Alexandre de Moraes. O presidente da Corte reconheceu a prevenção do magistrado para supervisionar a investigação aberta, pois ele investiga casos que possuem ligação direta com o novo processo.
Moraes também é responsável pelo inquérito das fake news, pelo processo que trata das milícias digitais e pelos autos ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Barroso fundamentou que as informações colhidas pela Polícia Federal apontam que os fatos estão diretamente relacionados a outras investigações em curso no Supremo e sob a relatoria de Moraes. De acordo com a corporação, os fatos em apuração possuem aparente relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Barroso fundamentou que as informações colhidas pela Polícia Federal apontam que os fatos estão diretamente relacionados a outras investigações em curso no Supremo e sob a relatoria de Moraes. De acordo com a corporação, os fatos em apuração possuem aparente relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Mais cedo, Alexandre de Moraes comentou sobre o assunto durante uma aula magna no Conselho Nacional do Ministério Público. O ministro disse que não se trata de um “fato isolado”.
"O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro", disse.
Moraes afirmou que a pacificação nacional é necessária, mas não será feita com anistia (perdão) aos criminosos.
“Ontem é uma demonstração de que só é possível essa necessária pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, ressaltou.
O atentado
Duas explosões foram ouvidas na noite de quarta-feira na Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios. Uma delas ocorreu em frente à estátua da Justiça, no Supremo Tribunal Federal (STF) e a outra em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. O local foi interditado pela Polícia Militar e pela segurança da Corte.
O ataque culminou na morte de Francisco Wanderley Luiz, dono do veículo. Natural de Santa Catarina, ele tinha alugado uma casa há 4 meses na região administrativa de Ceilândia — 30 quilômetros do local das explosões. Na residência, a polícia encontrou artefatos explosivos do mesmo tipo usado na Praça dos Três Poderes. Também foram apreendidos um notebook e um pendrive.
O inquérito está sob sigilo. Segundo o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ainda não se sabe a motivação do crime, mas a polícia trabalha com a hipótese de ataque terrorista e atentado ao Estado democrático de direito.
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