Arquivos recuperados pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid revelam que extremistas do 8 de janeiro monitoravam os passos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pretendiam sequestrá-lo. Eles planejavam fazer o mesmo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — à época, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, para consolidar um golpe de Estado.
Segundo os dados obtidos pelos investigadores, os golpistas levantaram informações sobre os seguranças de Lula e os tipos de armamentos que usam. Também buscavam saber sobre os seguranças de Moraes — conforme destacou reportagem do portal UOL.
As informações foram confirmadas pelo Correio junto a fontes na PF. Entre as ações planejadas, estava um confronto armado com os seguranças do presidente e do ministro se resistissem ao ataque.
Investigadores acreditam que a descoberta ganha uma gravidade maior, principalmente porque liga à elaboração de minutas golpistas e aos atentados que ocorreram contras o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo.
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Moraes, relator do caso no STF, deu prazo de 60 dias extras para que a PF conclua as investigações, que serão enviadas para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A própria PGR identificou ligações entre a articulação de um plano para um golpe de Estado e os atentados do 8 de janeiro. As informações do órgão foram enviadas ao STF e ligam aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro aos ataques. Também estão em andamento investigações sobre a participação do ex-chefe do Executivo na tentativa de golpe.
Bolsonaro afirmou, em depoimento à PF, que não tentou articular um golpe de Estado nem pediu a elaboração de minutas golpistas.
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