A Polícia Federal (PF) indiciou nesta sexta-feira (8/11) o candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) pelo crime de uso de documento falso. Isso se deve ao laudo falso que Marçal usou contra o também candidato Guilherme Boulos (PSol) em 4 de outubro, às vésperas das eleições municipais. A informação é do portal g1.
O ex-coach passa da condição de investigado para a de indiciado, uma vez que o inquérito policial assinala ao menos um indício de que ele cometeu um crime.
Marçal prestou depoimento na manhã desta sexta-feira (8/11) na Superintendência Regional da PF, na Zona Oeste de São Paulo. O empresário negou qualquer envolvimento no episódio e disse que o suposto documento foi publicado pela equipe dele nas redes sociais.
Quando concluída a investigação, o inquérito policial será enviado ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não a denúncia. Caso ela seja oferecida e aceita pelo juiz, Marçal passa a ser réu em um processo criminal.
O Correio entrou em contato com a PF e aguarda mais detalhes sobre o caso. A reportagem também tenta resposta com a assessoria de Pablo Marçal, em busca de um posicionamento. Em caso de manifestação, a matéria será atualizada.
Relembre o caso
Em 4 de outubro, antevéspera das eleições municipais, o perfil de Pablo Marçal no Instagram publicou um suposto laudo que "provava" o consumo de cocaína por Guilherme Boulos.
A equipe do psolista prontamente negou a veracidade do documento e entrou com processo criminal contra o empresário. Por determinação judicial, a postagem foi retirada do ar, bem como o perfil de Marçal na rede social.
No dia seguinte, o ex-coach negou estar arrependido de publicar o laudo. "Eu recebi e publiquei", disse na ocasião. "Quem mentiu é quem tem que falar, eu só publiquei. A minha parte é publicar e não sei como a Meta derrubou em poucos segundos".
Marçal ainda alegou não ter "nenhuma ligação com o laudo". No entanto, ele admitiu que é amigo do dono da clínica "Mais Consultas", que consta no falso documento.
Na noite do dia 5, a Polícia Técnico-Científica de São Paulo atestou que o laudo era falso. A perícia afirmou que era falsa a assinatura do médico 'José Roberto de Souza' no receituário objeto de exame, "posto que tal assinatura não apresenta as mesmas características gráficas dos exemplares observados nos documentos descritos no capítulo 'Padrões de Confronto".
A filha do médico cuja assinatura consta no documento afirmou que o pai nunca trabalhou em São Paulo e nem na clínica "Mais Consultas" que consta no laudo. O profissional morreu em 2022.