P20

Benedita da Silva: "Se fôssemos iguais, não teríamos levado 400 anos para votar"

Fala da deputada federal ocorreu durante Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, no Congresso Nacional e recebeu aplausos

"Passados pouco mais de 100 anos fim da escravização do país, ainda vivemos as suas consequências", declarou Benedita em seu discurso no P20 - (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Eleita coordenadora geral dos Direitos da Mulher da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados em 2023, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) celebrou o avanço em se realizar um encontro só entre mulheres parlamentares. A 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, realizada em julho, em Maceió, Alagoas, teve sequência nesta quarta-feira (6/11), em Brasília, no Congresso Nacional.

O primeiro dia do 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20, o P20, entregou a Carta de Alagoas, fruto das discussões em Maceió, e coloca em pauta discussões que possibilite a criação de soluções para implementar as 17 recomendações do documento para fomentar a igualdade de gênero. Benedita foi ovacionada em seu pronunciamento. A deputada ressaltou a luta feminina na conquista de direitos básicos, historicamente concedidos a homens.

“Muitas pessoas ainda nos perguntam o porquê desse recorte, se somos todos iguais. Eu então, eu pergunto: 'Se fosse assim, não teríamos levado 400 anos para ter o direito de votar e serem votadas, e conquistar um acento no parlamento'”, pontuou. 

Benedita da Silva destacou a importância da existência de um fórum no qual a igualdade de gênero pode ser discutida dentro dos temas do G20, como a governança global, erradicação da pobreza e fome, a sustentabilidade e a justiça climática seja abordada sobre a ótica do gênero e da raça.

“Se fossemos iguais a paridade seria uma realidade na nossa vida”, continuou. “Enfrentei todos os problemas que os grupos marginalizados do nosso país enfrentam. Ao abraçar as minhas parceiras de luta e de classe, ao experimentar as necessidades da nossa comunidade, eu entendi que sem representatividade política, não conseguimos muito”, contou.

A deputada petista também falou sobre igualdade racial: “Passados pouco mais de 100 anos fim da escravização do país, ainda vivemos as suas consequências”, e lembrou da trajetória: “Vivi uma vitória solitária, que não tem a mesma força das vitórias coletivas. Quando nos juntamos resolvemos um problema que até então não havia sido percebido por falta de representatividade. Mostramos a importância da presença feminina na política”.

No cargo até 2025, Benedita foi uma das mulheres presentes na abertura do evento, e que discursou em uma das três sessões de trabalho apresentadas nesta quarta. O tema do primeiro dia do P20 é “Rumo à implementação das recomendações da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20”, e também contou com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a líder da bancada feminina, a senadora Leila Barros (PDT-DF), e com a Presidente da União Interparlamentar (UIP), Tulia Ackson, membra do parlamento da Tanzânia.

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postado em 06/11/2024 21:40 / atualizado em 06/11/2024 22:57
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