O ministro da Casa Civil, Rui Costa, dará continuidade nesta terça-feira (5/11) à discussão sobre corte de gastos na Esplanada dos Ministérios. Ele convocou uma reunião para as 16h de hoje com o ministro da Previdência, Carlos Lupi, e com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
O governo prepara o anúncio do pacote de corte de gastos ainda para esta semana, em meio a pressões do mercado financeiro. Há uma preocupação na equipe econômica com a manutenção do arcabouço fiscal a partir do ano que vem caso não haja uma contenção agora. O arcabouço limita o crescimento anual das despesas em 2,5% acima da inflação.
Segundo nota da Casa Civil, além dos ministros, participa do encontro também a área técnica da pasta, ligada diretamente à Presidência da República e responsável pela coordenação dos demais ministérios. Não há, contudo, expectativa de anúncios após a reunião da tarde.
Logo antes do encontro, Rui Costa irá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alinhar a discussão com Dias e Lupi.
Ontem (4), Lula realizou uma reunião ministerial com chefes da área econômica e com ministros de pastas que podem sofrer cortes em seu orçamento. Foram eles: Camilo Santana, da Educação; Nísia Trindade, da Saúde; e Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego.
Cortes ainda estão indefinidos
A discussão pública sobre o corte de gastos dura ao menos duas semanas, mas o governo ainda não deu nenhuma indicação sobre onde ocorrerão as mudanças. A indefinição preocupou o mercado. O cenário, aliado à incerteza sobre a eleição presidencial nos Estados Unidos, que ocorre hoje, levou a um recorde do dólar de R$ 5,869, maior valor desde a pandemia de 2020.
Desde então, com o governo se mobilizando para o anúncio das medidas, o cenário amainou e a moeda norte-americana fechou ontem em R$ 5,78.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, trabalharam nas últimas semanas para convencer o presidente Lula sobre a necessidade de cortes gastos. O petista, porém, resiste em mexer em programas sociais, educação e saúde.
Entre as medidas estudadas está a criação de gatilhos automáticos para reduzir as despesas obrigatórias em caso de arrecadação abaixo do projetado. Segundo Haddad, a equipe econômica apresentou ao chefe do Executivo uma série de possibilidades de cortes nas mais diversas áreas do orçamento, mas caberá ao presidente decidir quais serão selecionadas.
https://whatsapp.com/channel/0029VaB1U9a002T64ex1Sy2w