O Congresso Nacional vai sediar, a partir desta quarta-feira, a 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20, o chamado P20. Até sexta-feira, 37 delegações vão discutir o futuro da governabilidade global, com assuntos sobre mudanças climáticas e desigualdade social, em três frentes de trabalho diferentes. O tema é batizado de Parlamentos por um mundo justo e um planeta sustentável.
"Foram 60 convites, e temos mais de 30 delegações confirmadas. Cada uma delas tem entre quatro e oito representantes. É um evento grande e muito importante. Isso dá o tom da responsabilidade da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na realização da cúpula do P20 no Brasil e em Brasília neste ano", informou o diretor-geral da Câmara, Celso de Barros Correia Neto, em nota.
Na abertura, a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20 vai debater temas sobre igualdade de gênero. O objetivo do fórum é aumentar a representatividade feminina na política, promover a autonomia econômica das mulheres e buscar soluções para questões de gênero e raça.
Nos dias seguintes, as sessões devem discutir estratégias para o enfrentamento da crise ambiental, combate à pobreza e uma governança global que seja adaptada aos novos desafios da política internacional.
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Apesar das críticas de alguns parlamentares, a agenda do Congresso foi fechada durante os três dias, e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcarão presença no evento.
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) foi um dos que se posicionaram contra o encerramento das atividades do Congresso por conta do P20. "Aqui, a gente quase não trabalha: é recesso parlamentar, é eleição, é segundo turno, segunda ninguém vem, sexta ninguém vem", criticou.
Por conta da agenda restrita nesta semana, a Câmara adiantou a votação de projetos, como o de lei complementar (PLC) que regulamenta as emendas parlamentares ao Orçamento da União. A liberação do repasse dessas verbas, suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde agosto, depende da aprovação do PL. O texto deve ser apreciado nesta terça-feira.
Lusófonos
Para o P20, todos os países lusófonos foram convidados: Cabo Verde, Angola, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Giné-Bissau, Guiné Equatorial. Este ano, a língua portuguesa teve protagonismo no G20, já que o Brasil passou a presidir o grupo em 2024 e sedia, em 18 e 19 de novembro, a reunião da cúpula no Rio de Janeiro.
O resultado das discussões do P20 será impresso em um relatório e entregue aos membros do grupo, e a presidência de 2025 será transferida para a África do Sul.
O acesso ao Congresso durante o evento será restrito a parlamentares, autoridades, servidores e imprensa credenciada. A cúpula, porém, terá transmissão ao vivo nos canais do YouTube da TV Senado e da Câmara.
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