JULGAMENTO

Julgamento dos acusados de matar Marielle e Anderson é retomado

Nove testemunhas serão ouvidas. Sessão será transmitida ao vivo no canal do YouTube do TJRJ

O segundo dia do julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz está marcado para as 8h desta quinta-feira (31/10). Os dois, acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, estão sendo julgados pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. A sessão será transmitida pelo YouTube do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 

As nove testemunhas, sendo sete indicadas pelo Ministério Público estadual e duas pela defesa de Ronnie Lessa começaram a ser ouvidas nesta quarta-feira (30/10) primeiro dia de julgamento. A defesa de Élcio Queiroz desistiu de ouvir as testemunhas que havia solicitado anteriormente.

Nesta quinta-feira (31/10) é a vez da defesa se manifestar e logo em seguida, os membros do Tribunal do Júri devem dar um parecer sobre a pena dos acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes. A expectativa é que o julgamento seja concluído até o final do dia. 

Os dois acusados participam do júri popular por videoconferência diretamente das unidades onde estão presos. Ronnie Lessa está na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Já Élcio está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília. Algumas testemunhas também poderão participar de forma virtual da sessão do júri.

O primeiro dia do julgamento

O primeiro dia do julgamento foi marcado pelos depoimentos de familiares das vítimas. Sete testemunhas de acusação foram ouvidas.

Marinete Silva, mãe da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), foi a segunda testemunhas de acusação a depor neste primeiro dia de julgamento. "Chegaram a dizer: 'Foi pouco. Podia ter sido queimada', relembrou, com a voz embargada, em depoimento de cerca de 40 minutos.

Antes de Marinete, a assessora parlamentar Fernanda Chaves, única sobrevivente do ataque, falou sobre o dia do crime. "Eu ouvi uma rajada em nossa direção. Em um reflexo, eu me abaixei. Eu me enfiei atrás do banco do Anderson. Ele esboçou dor, falou 'ai', mas foi um suspiro. O corpo de Marielle caiu em cima de mim", relatou, acrescentando que teve de deixar "tudo para trás".

Em clima de comoção, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, acompanhou a família no julgamento. Usava, como os familiares, camisas brancas com o nome da vereadora.

*Com informações da Agência Estado e da assessoria do TJ-RJ

*Estagiária sob supervisão de Jaqueline Fonseca

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