O ex-prefeito do Rio de Janeiro Roberto Saturnino Braga morreu nesta quinta-feira (3/10), aos 93 anos. O político estava internado desde a última sexta-feira (27/9) no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Pró-Cardíaco, zona sul da capital fluminense. O velório ocorrerá na sexta-feira (4/10), no Palácio da Cidade, em Botafogo, das 10h às 14h. O governo do Rio decretou três dias de luto oficial. O velório acontecerá nesta sexta-feira (4/10), das 10 às 14h, no Palácio da Cidade. Ele deixa três filhos, Adelia, Bruno e Antonio Frederico.
Saturnino foi o primeiro prefeito eleito democraticamente na capital fluminense, depois da ditadura militar. Ele conquistou mais do que o dobro de votos do segundo colocado, o deputado federal Rubem Medina. À época, 20 pessoas disputavam as eleições para prefeito. Todos tinham o mesmo tempo de propaganda tanto no rádio quanto na TV.
Carioca, Saturnino foi prefeito, senador, deputado federal e vereador pelo Rio de Janeiro. Passou pelo PDT, PT e terminou sua carreira política no PSB, partido que dizia ser de seu coração. Governou a cidade do Rio em uma das crises mais intensas pelas quais a capital passou: falência financeira e enchentes com graves consequências sociais e econômicas.
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Após seu mandato como prefeito, Saturnino tentou novamente conquistar uma vaga no Senado em 1994, mas não obteve sucesso. Em 1996, foi eleito vereador no Rio de Janeiro e, em 1998, retornou ao Senado com uma vitória significativa, superando o economista e ex-senador Roberto Campos, oriundo de Mato Grosso, que viveu de 1917 a 2001.
No seu terceiro mandato, atuou como líder do PSB em 2000 e foi presidente da Comissão de Relações Exteriores de 2005 a 2007. Ele não buscou a reeleição e se afastou da vida pública. Resistiu à candidatura do então nome do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva.
Sempre à esquerda, atuou como deputado federal em 1963, por meio de uma aliança que incluía o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Movimento Trabalhista Renovador (MTR) e o Partido Social Trabalhista (PST). Ele também foi senador entre 1975 e 1985 pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Políticos do Rio
Nas redes sociais, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que a política brasileira perdeu "um expressivo e atuante representante do povo". Ele também escreveu que "durante sua brilhante trajetória, foi o primeiro prefeito eleito de forma direta, após a redemocratização, em 1985. Exerceu com coragem e afinco seus mandatos, sempre defendendo os interesses da população brasileira".
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), também usou a internet para lamentar a morte de Saturnino. "Saturnino Braga foi um dos mais dedicados e corretos homem públicos que a cidade do Rio de Janeiro já conheceu. Sua história em defesa da democracia, das liberdades e do povo mais pobre serão sempre lembradas. É uma grande perda para a cidade do Rio de Janeiro e para o Brasil."
Nota de pesar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota oficial pela morte do ex-prefeito. "Hoje também nos despedimos do grande politico e companheiro Roberto Saturnino Braga. Primeiro prefeito do Rio de Janeiro eleito democraticamente pós-ditadura", lembrou ele.
Em seguida, o presidente prosseguiu: "Saturnino foi grande defensor da democracia e participante da vida pública do Brasil e do Rio de Janeiro, onde foi, além de prefeito, vereador, deputado, senador da República e secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói. Sempre militando pelas causas populares".
Lula ressaltou que Saturnino tinha uma carreira como escritor, pois ganhou o Prêmio Malba Tahan, da Academia Carioca de Letras, pelo livro Contos do Rio.
O Partido do Trabalhadores (PT) publicou uma nota lamentando a morte do político. No comunicado, o partido descreveu Saturnino como "um militante do socialismo, das lutas populares e da democracia ao longo da vida".
De acordo com a nota, ele Filiou-se ao PT no ano 2002 e permaneceu no partido até 2019, quando retornou ao PSB. "Nos solidarizamos aos familiares, amigos e companheiros de luta de Saturnino Braga".
*Com informações da Agência Senado