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Dino concede mais dez dias para a CGU concluir auditoria de emendas pix

Controladoria argumentou que está em fase final de consolidação de dados. Repasses são alvo de questionamento no STF 

Dino afirmou que abusos do poder econômico e do poder de autoridade persistem sob novas formas -  (crédito: Rosinei Coutinho/STF)
Dino afirmou que abusos do poder econômico e do poder de autoridade persistem sob novas formas - (crédito: Rosinei Coutinho/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta quinta-feira (31/10), mais dez dias para Controladoria Geral da União (CGU) auditar repasses de emendas pix a ONGs entre 2020 e 2024. O fim do prazo para concluir o processo estava previsto para hoje, mas o órgão pediu para concluir até 11 de novembro. 

A CGU argumentou que a tarefa está em fase de consolidação final de dados pela área técnica. A alegação foi acatada pelo relator. A decisão de Dino atinge as chamadas emendas pix que vão diretamente para as prefeituras e para os estados sem um fim específico. Ou seja, a transferência direta de recursos públicos ocorre sem transparência. 

O detalhamento dos repasses quer identificar os destinos das emendas que tratam de verbas para a saúde e os valores só poderão ser executados após parecer favorável das instâncias competentes do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na ação no STF, Dino fixou regras de transparência e rastreabilidade para o repasse de recursos. Segundo ele, os valores só poderão ser liberado após os parlamentares inserirem na plataforma do governo informações referentes às transferências, como plano de trabalho, a estimativa de recursos para a execução e o prazo da execução, bem como a classificação orçamentária da despesa.

O caso chegou ao Supremo por meio de uma ação ajuizada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Na petição encaminhada ao Supremo, a entidade aponta que os repasses não podem ser realizados sem vinculação a projeto ou atividade específica.  

Flávio Dino também é relator da ação que trata do orçamento secreto — que é como ficaram conhecidas as emendas parlamentares em que a distribuição de recursos é definida pelo relator do Orçamento. 

Esse mecanismo não tem critérios de transparência. Os políticos agraciados com a verba eram escolhidos pelo governo, sem regras claras de seleção, em troca de apoio no Congresso. Por isso, o item passou a ter a constitucionalidade questionada pela sociedade civil e pelo Judiciário. 


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postado em 31/10/2024 13:07
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