POLÍTICA PÚBLICA

Com Boulos, Lula publica criação de crédito para apagão de SP

Anunciada na sexta-feira (18/10), a ideia foi efetivada neste sábado (19/10), enquanto o presidente participava de campanha eleitoral

Guilherme Boulos (Psol) e o presidente Lula (PT) fizeram live juntos neste sábado (19/10) em São Paulo -  (crédito: Ricardo Stucker / Presidência da República)
Guilherme Boulos (Psol) e o presidente Lula (PT) fizeram live juntos neste sábado (19/10) em São Paulo - (crédito: Ricardo Stucker / Presidência da República)

Durante participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em live com o candidato a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), neste sábado (19/10), foi publicada a Medida Provisória (MP) 1.267 em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O texto prevê de crédito para micro e pequenos empresários afetados pelo apagão na capital paulista. 

O governo vai garantir a liberação de crédito de até R$ 1 bilhão para os microempreendedores e donos de pequenas empresas que tiveram prejuízo por conta da falta de luz, da última semana, em São Paulo e região metropolitana. 

O recurso de R$ 150 milhões do Fundo Garantidor de Operações será utilizado como garantia para os empréstimos, por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). 

A MP também autoriza a prorrogação e a suspensão do pagamento de parcelas do Pronampe por dois meses.

O anúncio da medida foi feito ontem, durante lançamento do programa Acredita, em São Paulo. No entanto, não havia detalhamentos sobre o projeto. Durante a live desta tarde, Lula também prometeu auxílio para a população, em moldes similares ao que foi feito durante as enchentes do Rio Grande do Sul. 

"Foram 850 mil pessoas com danos e falta de energia por mais de 24 horas, isso estragou as coisa dentro de casa e o pobre não pode comprar outras. Se estragar o leite, a carne, eles tem dificuldade de comprar outro. Se perderam geladeira, computador, televisão, temos que ajudar a ter condições de comprar", defendeu Lula. 

O presidente ainda acrescentou que "primeiro são os pequenos empresários" e "depois as 850 mil pessoas com falta de energia por mais de 24 horas". 

Críticas a Nunes

A live entre o petista e o candidato do Psol iniciou comentando sobre os episódios de chuva em São Paulo e o cenário local. Boulos relembrou que o adversário, Ricardo Nunes (MDB), que é o atual prefeito, não admitiu a falta de podas das árvores, que é uma função do executivo municipal e foi um dos principais motivos para tantos locais ficarem sem energia. 

Lula, por sua vez, reforçou o papel de Nunes no ocorrido e estendeu a responsabilização para a empresa que cuida do abastecimento na cidade, Enel, e a responsável a nível federal, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

"O RS foi referência de atuação do governo em ajudar as pessoas que foram vítimas de problemas graves da natureza. Aqui não foi natureza, choveu muito, mas se as àrvores tivessem sido cortadas, as empresas tivessem feito seu trabalho, fiscalizado, não teria sido assim. Toda essa gente [das autarquias públicas] foram indicadas pelo governo passado, é importante saber. Agora vou começar a mudar e colocar gente comprometida com o povo", relembrou Lula. 

O presidente deixou explícito que o cuidado com as pessoas é a primeira preocupação e, depois, pretende "fazer as brigas políticas com quem quer que seja", referindo-se a Nunes. 

Na defesa de Boulos

Lula participa mais ativamente da campanha eleitoral de segundo turno de Boulos - a última pesquisa Quaest, divulgada na quinta-feira (17/10), mostra o candidato do Psol com 33% das intenções de votos, em contraste com os 45% de Nunes. Apesar de ainda ocupar o segundo lugar, o percentual de Nunes caiu cerca de dez pontos após o apagão na capital paulista. 

Estavam previstos para hoje dois comícios na zona Leste e Sul de São Paulo, mas, foram cancelados por conta das persistentes chuvas na cidade. Por isso, a live foi realizada. 

Durante o encontro, o presidente pediu os votos de petistas para o candidato do Psol. "Dia 27 de outubro (data do segundo turno das eleições) é o dia do meu aniversario, dia que Dona Linu disse que eu nasci. Dia que peço vocês que votaram em mim, no 13, votem no 50 para eleger o Boulos prefeito da cidade de SP. Posso garantir para vocês, é o melhor. Se tem dúvida, tira da cabeça porque eu conheço o Boulos, sei da luta dele, do compromisso dele, do caráter dele", declarou o presidente. 

Boulos lembrou uma das críticas que vem recebendo do adversário, sobre ele não ter ocupado cargos públicos antes da prefeitura e como isso é similar com a história de Lula, antes de vencer as primeiras eleições presidenciais. 

"Vivi isso por muitos anos, décadas, [das pessoas] dizendo que eu não tinha competência porque não tinha diploma universitário, porque eu era metalúrgico, vivi todo tipo de preconceito. Mas, isso foi criando em torno de mim uma consciência e maturidade. O político não aprende nada na universidade, político é político, ele aprende a tomar decisão, de que lado ele tá, para quem quer governar. O gestor você contrata", defendeu o presidente. 

"Posso dizer pela minha experiência de vida, porque sou considerado o melhor presidente desse país? Porque eu aprendi com vocês, sei o que é a fome, o desemprego, a casa cheia de água, viver de aluguel", acrescentou. 

Lula ainda afirmou que, assim que retornar da viagem à Russia para encontro dos Brics, entre a próxima segunda-feira (21/10) e quinta-feira (24/10), pretende fazer mais uma agenda com Boulos "nem que seja uma live". 


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postado em 19/10/2024 15:57
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