eleições municipais

Planalto minimiza avanço do bolsonarismo nas eleições municipais

Após reunião com Lula para balanço do pleito, Padilha desdenha das vitórias de aliados do ex-presidente nas capitais e enaltece "frente ampla" do chefe do Executivo. Ministro também ressalta que PT teve aumento de 40% de prefeitos eleitos no país em relação a 2020

Alexandre Padilha (E) com Randolfe Rodrigues: ministro disse que
Alexandre Padilha (E) com Randolfe Rodrigues: ministro disse que "não existe relação direta entre eleição municipal e nacional" - (crédito: Victor Correia/CB/D.A. Press)

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, minimizou o avanço de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nas capitais brasileiras nas eleições municipais. Ele optou por dar destaque ao crescimento dos partidos de centro-direita, que compõem a gestão federal, e classificou o resultado como uma vitória governista. Porém, muitos dos candidatos vitoriosos do Centrão não são aliados do Planalto. Alguns, inclusive, se colocam como oposição.

"O governo do presidente Lula lidera uma frente ampla com líderes que derrotaram o bolsonarismo. Sabemos da força da extrema-direita no país. Ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força", admitiu. "Agora, acreditamos que, no segundo turno, nossas lideranças têm todas as condições de derrotar, inclusive, a extrema-direita."

Padilha participou de reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira, para discutir o cenário pós-primeiro turno. Compareceram também os ministros que atuam na articulação política e os líderes do governo no Congresso.

Nas capitais, Lula emplacou dois aliados: Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro, e João Campos (PSB), no Recife. Para o segundo turno, foram cinco. Já o bolsonarismo obteve sete prefeituras e levou 14 postulantes à próxima rodada. Além disso, legendas de centro-direita, como PSD, MDB, União e PP, conseguiram aumentar consideravelmente seu número de prefeitos.

Apesar disso, Padilha fez um diagnóstico positivo para o PT, citando que o partido teve um aumento de 40% nos prefeitos eleitos em todo o país em relação ao registrado em 2020. Também declarou que as eleições municipais não influenciam na governabilidade ou nas eleições nacionais.

"Tem um crescimento muito importante, só o PT teve um aumento de mais de 40% em relação a prefeituras, que se alarga agora em relação ao que era 2020. O conjunto de partidos que apoiam o governo, com lideranças que têm ministros, também tiveram um crescimento expressivo, o que mostra que esse conjunto de partidos tem um enraizamento importante nas eleições municipais, na sua grande maioria nos municípios, tem o tema local como tema central da disputa", sustentou.

Ele criticou Bolsonaro, que, segundo afirmou, "foi derrotado no seu condomínio" — uma referência à derrota do candidato do PL, Alexandre Ramagem, na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro contra Eduardo Paes, reeleito no primeiro turno.

"Lideranças que compõem essa frente ampla do governo, que apoiam o presidente Lula, derrotaram os ícones da extrema-direita no ninho do bolsonarismo, na cidade do Rio de Janeiro", frisou.

Otimismo

Padilha disse que o PT está otimista em relação à disputa em Fortaleza, onde o deputado estadual Evandro Leitão (PT) enfrenta o deputado federal André Fernandes (PL) no segundo turno. "Achamos que ele é favorito", destacou.

Questionado sobre a participação de Lula nas campanhas, o ministro negou que tenha havido baixo engajamento — o presidente só esteve na capital paulista no período eleitoral — e garantiu que o petista participará dentro das possibilidades de sua agenda. Ao mesmo tempo, enfatizou haver diversos compromissos no horizonte, incluindo viagens.

No domingo, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o resultado do primeiro turno mostrou um processo de "reconstrução" do PT e o "vigor" do partido.

"O PT mostrou seu vigor, sua vitalidade, a vontade de participar do processo democrático e esse momento tão bonito que são as eleições", declarou Gleisi, em transmissão do canal do partido no YouTube. "A eleição de 2016 foi difícil, a de 2020 foi difícil e, agora, a de 2024 mostra um processo de reconstrução do PT no processo eleitoral local, o que é muito importante. Vamos eleger mais prefeitos do que fizemos em 2020. Vamos participar de várias cidades no segundo turno", emendou. (Com Agência Estado)

 

 

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postado em 08/10/2024 03:55
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